A posição pré-milenista relativa a Apocalipse 19 e 20 diz que o capítulo 19 descreve a segunda vinda de Cristo, ao passo que o capítulo 20 descreve o reino de Cristo na terra. Realmente, a leitura casual desses dois capítulos parece tornar plausível a posição pré-milenista. Mas fazendo-se uma análise cuidadosa dos dois capítulos ficará claro que a posição pré-milenista simplesmente não procede. A abordagem pré-milenista, “literalista”, desses capítulos é auto-contraditória e envolve dificuldades interpretativas intransponíveis.
A posição pré-milenista diz que os eventos do capítulo 20 seguem
cronologicamente os eventos do capítulo 19. Na segunda metade do
capítulo 19 Cristo retorna e julga as nações, então no capítulo 20 Ele
reina sobre as nações. Mas se o capítulo 19 é tomado literalmente,
não há nações para serem governadas por Cristo no capítulo 20.
“De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações.
‘Ele as governará com cetro de ferro.’ Ele pisa o lagar do vinho do
furor da ira do Deus todo-poderoso… Vi um anjo que estava em pé
no sol e que clamava em alta voz a todas as aves que voavam pelo
meio do céu: ‘Venham, reúnam-se para o grande banquete de Deus,
para comerem carne de reis, generais e poderosos, carne de cavalos
e seus cavaleiros, carne de todos – livres e escravos, pequenos e
grandes.’… Os demais foram mortos com a espada que saía da boca
daquele que está montado no cavalo. E todas as aves se fartaram
com a carne deles.” (Ap 19.15-21). Os pré-milenistas dizem que isso
obviamente se refere a uma batalha literal. Há corpos de mortos no
campo de batalha, e as aves está se fartando com a sua carne. Mas
se o capítulo 19 é interpretado literalmente, o capítulo 20 não faz
qualquer sentido. O versículo 3 diz que Satanás é lançado no
abismo, “para assim impedi-lo de enganar as nações”. Como
Satanás pode enganar as nações no capítulo 20 se elas foram
justamente eliminadas por Cristo no final do capítulo 19? O relato
da destruição por Cristo daqueles que se opuseram a Ele no capítulo
19 é total: o versículo 19 diz que as aves se fartarão da carne de
todas as pessoas, o versículo 21 diz que os demais foram mortos. A
passagem enfatiza que Cristo destruirá todos os Seus opositores.
Quando a guerra termina ninguém é preservado; não há focos de
resistência. Se Cristo eliminou todas as nações e todos os ímpios
estão mortos, como Ele pode então governar as nações no capítulo
20? Esse capítulo admite que todas as nações ainda existem e que
Cristo as governa. Se as nações são completamente destruídas no capítulo 19 e no capítulo 20 ainda estão intactas, então claramente o
entendimento pré-milenista desses capítulos é equivocado.
O entendimento pré-milenista, literalista, da batalha final no fim do
milênio tem também sérios problemas. Apocalipse 20.8 fala dos
vastos exércitos de Gogue e Magogue. Todas as nações do mundo
reunir-se-ão no Oriente Médio para uma batalha literal contra
Cristo e os santos constituídos em Jerusalém. Os pré-milenistas
pregam que se trata de uma batalha real com armas, tanques,
aviões, helicópteros e assim por diante. Mas essa interpretação é
absurda. O Cristo ressuscitado com o Seu corpo espiritual
glorificado e os santos imortais glorificados não podem ser
ameaçados por armas físicas. Cristo e os santos não podem ser
mortos; eles já são imortais! Eles não podem nem mesmo ser
machucados por tais armas. Após a Sua ressurreição, Cristo pôde
passar por paredes sólidas (Jo 20.19). Projéteis, bombas, lança-chamas etc, não podem ameaçar Cristo e os santos. Todas as armas
do mundo não podem ferir ou ser uma ameaça mesmo a um só
crente glorificado ressurreto, sem falar do Cristo ressurreto, todo-poderoso. A ideia de que Jesus Cristo (que é Deus, possuindo todo o
poder e autoridade no céu e na terra) poderia ser intimidado por
tanques e armas terrenos é patética.
Brian Schwertley. A Ilusão PréMilenista/ O Quiliasmo analisado à luz da Escritura. pg:11,12
Tradução: Marcelo Herberts
Tradução: Marcelo Herberts
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