google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Escatologia Reformada : dezembro 2020

domingo, 27 de dezembro de 2020

Ainda não é o Fim!


Não poucos cristãos ficam alarmados diante das tragédias dos nossos dias. Quer estejamos falando de catástrofes naturais, como o tsunami, ou de decadência moral, como a legalização do “casamento” homossexual, tais acontecimentos são vistos pelo povo de Deus como “sinais dos tempos”, como uma prova de que o fim do mundo está próximo. Tais cristãos, como diria o falecido Greg Bahnsen, fazem exegese de jornal, em vez de exegese das Escrituras, a única fonte segura acerca do futuro da humanidade.

Não sabemos quando Jesus voltará. Tragédias como essas e outras bem piores já aconteceram ao longo da história da humanidade, e foram superadas, com a graça a Deus. O nazismo é um dos mais claros exemplos. Muitos achavam que Hitler era o próprio anti-cristo e que Jesus voltaria naquela geração. Pessoas que vaticinaram isso trouxeram vergonha ao nome de Deus, e ao seu Evangelho. Anunciaram uma mentira, em vez da verdade revelada por Deus nas Escrituras do Antigo e Novo Testamento.

Ora, não somos chamados a prever a proximidade da vinda do Senhor. Aliás, tal empreendimento é um exercício em futilidade, pois é impossível saber tal coisa, visto que os anjos não o sabem, e nem mesmo o Filho (o maior profeta que já pisou nesta terra) segundo a sua humanidade (Mt 24.36). Somos chamados a viver fielmente, proclamando as boas novas do Evangelho a uma geração perversa, quer experimentemos perseguição ou tempos de refrigério e tranquilidade.

Provavelmente Jesus não voltará em sua geração, leitor. Essa é e será a realidade para a vasta maioria dos cristãos em toda a história da redenção. Durante quase 2000 anos, milhares e milhares de cristãos tem experimentado a morte (por perseguição, enfermidades ou velhice), sem que Jesus tenha voltado. Contudo, mesmo que Jesus não volte na sua geração (a menos que você esteja lendo esta postagem algumas décadas ou séculos após 2015), não há motivo para tristeza e muito menos desespero. Como disse Moisés, a nossa vida cedo se corta e voamos; chegamos com muita dificuldade aos oitenta anos, e o melhor então é canseira e enfado (Salmo 90). Mas quando chegar o nosso dia de deixar esta terra de sombras, partiremos e estaremos com o Senhor (Filipenses 1.21-23). Em outras palavras, embora a Segunda Vinda de Cristo possa demorar ainda séculos ou mesmo milênios, a maioria dos cristãos esperará no máximo 80 ou 100 anos para se encontrar pessoalmente com Cristo. Assim, em vez de alarmismo e previsões tolas acerca do fim do mundo, que só envergonham o Evangelho, precisamos ser confortados e encorajados com essa verdade.

Abandonemos a teologia “The Doors” em favor de uma postura bíblica diante dos acontecimentos ao nosso redor. Deus não nos deu uma sequência exata dos eventos que precederão o fim do mundo, mas nos deu a certeza de que ele está no controle de todas as coisas. Não fomos chamados a sermos videntes, mas a vivermos por fé, e não por vista (2 Coríntios 5.7).

“This is the End” é uma música boa, mas uma péssima teologia. Ainda não é o fim!



Fonte: www.monergismo.com

 

domingo, 13 de dezembro de 2020

A Data do Livro de Apocalipse Como Isso Afeta a Nossa Interpretação? (Parte 1)



Quando o livro de Apocalipse foi escrito? Que influência o tempo da escrita têm sobre a interpretação do livro? Essa e outras questões ao redor da data são o ponto focal deste artigo. 

Duas datas possíveis são geralmente sugeridas para a escrita do livro de Apocalipse. Uma, a mais antiga, é 95 ou 96 d.C. A outra é uma data mais primitiva e é normalmente sugerida ser algo por volta de 68 d.C. Por que essas datas são importantes? Não é porque saber a data precisa ou o ano exato seja necessariamente importante. Antes, é porque há um período tão grande entre essas datas que ele influencia diretamente a interpretação e aplicação dos símbolos encontrados dentro do livro.

Por exemplo, se a data mais antiga pode ser estabelecida, então uma aplicação a um período mais precoce deve ser ignorada, especialmente visto que o livro é profético e descreve coisas que “brevemente deveriam acontecer” (Apocalipse 1:1), isto é, coisas então iminentemente futuras. Eventos que já tivessem acontecido não poderiam ser considerados de forma alguma. A destruição de Jerusalém é um evento que aconteceu em 70 d.C. Aqueles que advogam a data mais antiga não veem nenhuma referência, seja qual for, à destruição de Jerusalém no livro. Eles devem encontrar eventos futuros ao ano 95 d.C., aos quais as profecias contidas no livro devem se aplicar. 

Por outro lado, se o livro foi escrito antes da destruição de Jerusalém, em ou antes de 68 d.C., então é possível para o intérprete aplicar o conteúdo do livro a esse evento. Isso torna a datação deste livro um assunto deveras muito importante. Ele é um assunto sobre o qual todo cristão deveria estar razoavelmente ciente, por causa das consequências que têm sobre um entendimento apropriado deste belo livro.

Mas essa é uma questão muito difícil para uma pessoa “comum” decidir? Não, de forma alguma. Na verdade, é somente ocultando das multidões a evidência que tal ignorância ainda prevalece sobre a data. A evidência é impressionante e convincente. O estudante mediano da Bíblia pode muito bem se assegurar do tempo geral no qual este livro foi escrito e da melhor forma de entender a sua mensagem e conteúdo. Qual é a evidência para as duas datas? 

Primeiro, a data mais antiga (95 ou 96 d.C.) é baseada puramente numa evidência externa. Por evidência externa queremos dizer evidência que se origina fora da Bíblia, ou evidência não inspirada. Ela é baseada no testemunho de um homem, Ireneu, que viveu aproximadamente de 130 a 200 d.C. Sua declaração foi preservada por um historiador da igreja chamado Eusébio, que viveu aproximadamente de 264 a 340 d.C. Assim, na melhor das hipóteses, temos um testemunho não inspirado, de segunda mão, para a data mais antiga. 

A declaração de Ireneu é a seguinte: “Se fosse necessário ter seu nome distintamente anunciado no presente tempo, sem dúvida teria sido anunciado por aquele que viu o Apocalipse; pois não foi muito antes disto que ele foi visto, mas quase em sua própria geração, nos fins do reinado de Domiciano” (citado em The Book of Revelation, Foy E. Wallace Jr., p. 25).

Com respeito à declaração acima, estudiosos têm reconhecido que não é possível determinar se Ireneu queria dizer que João foi visto pelo tutor de Ireneu, Policarpo, ou se “o Apocalipse foi visto nos fins do reinado de Domiciano”. Tal ambiguidade destrói este argumento como evidência. Mesmo Eusébio, que registrou essa declaração, duvidava que João, o apóstolo, tinha escrito do livro de Apocalipse. O ponto aqui é o seguinte: se a declaração não foi forte o suficiente para convencer Eusébio que João tinha sequer escrito Apocalipse, por que muitos pensam hoje que ela é forte o suficiente para convencer a alguém que o apóstolo viu tal livro durante o reinado de Domiciano (95 d.C.)? O mínimo que se pode dizer é que esse argumento é fraco. 

Outros que comentam sobre a declaração dizem: “Sua citação (de Eusébio) nem sequer menciona ‘a escrita’ de Apocalipse, mas refere-se somente ao tempo quando certas pessoas anônimas alegavam ter visto o apóstolo ou a profecia, ninguém sabendo qual. Isso não prova nada. E mais: isso se ele quis dizer que o Apocalipse foi visto, e se o que estava originalmente contido na citação pudesse ter referência à tradução grega , se é que de fato referia-se ao Apocalipse. Aí vai se embora o caso todo para a data mais antiga (Commentary on Revelation, Burton Coffman, p 4). 

Finalmente, Ireneu disse da idade de Jesus, “mas a idade de 30 anos é a primeira da mente de um jovem, e que essa alcança até mesmo os quarenta anos, todo o mundo concordará: mas após os quarenta e cinqüenta anos, começa a se aproximar da idade velha: na qual o nosso Senhor estava quando ensinou, como o Evangelho e todos os Anciãos testemunham…” (Citado em Before Jerusalem Fell, Kenneth L. Gentry, p. 63). Podemos confiar no testemunho de um homem que diz que Jesus ensinou por 15 anos e que tinha cinqüenta anos de idade quando morreu? Todavia, basicamente existe apenas o seu testemunho para a data mais antiga! 


Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

Fonte: http://www.allthingsfulfilled.com/