google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Escatologia Reformada : Preterismo Parcial
Mostrando postagens com marcador Preterismo Parcial. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Preterismo Parcial. Mostrar todas as postagens

domingo, 21 de março de 2021

Qual a Distinção Entre Preterismo e Pós-Milenismo?




De tempos em tempos, recebo uma pergunta sobre a diferença entre preterismo e pós-milenismo. Algumas pessoas estão confusas quanto a se contradizerem ou se estão falando da mesma coisa. Permitam-me distinguir brevemente os dois conceitos teológicos.

Preterismo

A palavra “preterista” é a transliteração de uma palavra latina que significa “passou por”. O preterista ortodoxo vê certas passagens como se referindo à destruição de Jerusalém e do templo no ano 70 d.C., embora muitos evangélicos entendam que estas estão falando da segunda vinda de Cristo no final da história.

A segunda vinda e o julgamento de Cristo em Jerusalém no ano 70 d.C. são frequentemente mencionados com linguagem semelhante. Isso ocorre porque esses são conceitos teologicamente relacionados. O holocausto de 70 d.C. é uma imagem microcósmica do último dia da história em que Cristo retorna em julgamento. Ou seja, o ano 70 d.C. é um quadro pequeno, histórico ou amostra avançada de como será o julgamento final.

O preterismo não tem necessariamente a ver com o pós-milenismo. Existem pós-milenistas preteristas e pós-milenistas historicistas. Ambas são verdadeiras formas de pós-milenismo. Também existem amilenistas preteristas. Assim, o preterismo não se compromete com nenhum sistema escatológico específico.

O preterismo é mais uma ferramenta hermenêutica do que uma teologia. Ou seja, nos ajuda a entender certas passagens sem nos comprometer com nenhuma escatologia específica.

Pós-milenismo

O pós-milenismo é uma posição teológica sobre “as últimas coisas” que devem ocorrer no final da história, uma escola escatológica de pensamento. O pós-milenismo é um sistema escatológico otimista que acredita que o reino de Cristo está atualmente presente na história e gradualmente conquistará um influente domínio sobre homens e nações, à medida que o evangelho progride mais plenamente no mundo.

O pós-milenismo mantém uma única vinda final de Cristo (sem arrebatamento separado), uma ressurreição geral dos salvos e perdidos simultaneamente e um julgamento geral dos salvos e perdidos em um único cenário.

Assim, o pós-milenismo procura a crescente influência do evangelho na história antes que o fim chegue. Após um longo período de domínio, Cristo retornará para ressuscitar e julgar todos os homens e terminar a história, enquanto estabelece a ordem eterna e consumada.

Conclusão

Portanto, preterismo e pós-milenismo são conceitos completamente diferentes. O preterismo é basicamente uma hermenêutica, enquanto o pós-milenismo é um sistema teológico. Eles podem ocorrer simultaneamente na visão de mundo de alguém ou podem ser encontrados em diferentes sistemas de pensamento.

Tradução: Alan Kleber Rocha
Fonte: https://postmillennialworldview.com



 

sábado, 23 de janeiro de 2021

Os Últimos Dias



Segundo os preteristas, os últimos dias se referem ao tempo entre o advento de João Batista e a destruição de Jerusalém.

A proximidade dos últimos dias para os apóstolos 

Os evangelhos 

Mt. 10.23 Não acabarei [os doze] de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem. 

Mt. 26.64 Vereis [o sumo sacerdote] o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. 

As cartas de Paulo 

Rm. 13.11,12 Já é hora de vos despertardes do sono (…) 

Vai alta a noite, e vem chegando o dia. 

1Co. 7.31 A aparência deste mundo passa. 

1Co. 10.11 Os fins dos séculos tem chegado. 

Fp. 4.5 Perto está o Senhor. 

Cartas gerais 

Tiago 5.8,9 A vinda do Senhor está próxima (…) Eis que o juiz está às portas. 

1Pedro 4.7 O fim de todas as coisas está próximo. 
1João 2.18 Já é a última hora (…) conhecemos que é a última hora.

O livro de Apocalipse 

1.1 Revelação de Jesus Cristo (…) [mostra] as coisas que em breve devem acontecer. 

1.3 O tempo está próximo. 

3.11 Venho sem demora. 

22.6,7 O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer. 
22.10 O tempo está próximo. 
22.12 E eis que venho sem demora. 
22.20 Certamente, venho sem demora. 

Esse “eschaton” não se refere a um tempo em um futuro distante, mas a um tempo iminente. Gary DeMar resume as passagens relevantes do Novo Testamento que enfatizam a extrema proximidade dos eventos previstos: 

Algum evento cateclísmo pairava no horizonte, e a igreja do primeiro século estava sendo advertida a se preparar para isso. Não há como esconder essa linguagem e a conclusão final de que muitos dos versículos nos quais se acreditam que ainda estão por cumpri já se cumpriram… 

1. “Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo. Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem” (Mt. 10.22,23, grifo nosso). 

2. “Respondeu-lhe [ao sumo sacerdote] Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (Mt. 26.64, grifo nosso). 

3. “E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos” (Rm. 13.11). 

4. “Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz” (Rm. 13.12, grifo nosso).  

5. “Porque a aparência deste mundo passa” (1Co. 7.31, grifo nosso). 

6. “Estas coisas lhes [a Israel] sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado” (1Co. 10.11, grifo nosso). 

7. “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor” (Fp. 4.5, grifo nosso). 

8. “Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações” (1Pe. 4.7, grifo nosso). 

9. “Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas” (Tg. 5.8,9, grifo nosso). 

10. “Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora” (1Jo. 2.18, grifo nosso). 

11. “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer (…)” (Ap. 1.1, grifo nosso). 

12. “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo” (Ap. 1.3, grifo nosso). 

13. “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap. 3.11, grifo nosso). 

14. “Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer” (Ap. 22.6, grifo nosso). 

15. “Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Ap. 22.7, grifo nosso). 

16. “Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo” (Ap. 22.10, grifo nosso). Compare este versículo com Daniel 12.24, onde lhe é ordenado “sela o livro, até ao tempo do fim”. 

17. “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap. 22.12, grifo nosso, cf. Mt. 16.27). 

18. “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap. 22.20, grifo nosso). 

Essas passagens e muitas outras como essas nos dizem que um evento escatológico importante estava para acontecer durante a vida daqueles que ouviram e leram as profecias. 

As passagens relacionadas por DeMar estão entre aquelas que levaram estudiosos altamente críticos a se tornam céticos quanto ao Novo Testamento e a verem no Novo Testamento tentativas de ajustar a narrativa ao relato de profecias não cumpridas e ao adiantamento da parúsia. Quando essas passagens estão agrupadas como fez DeMar, sugerem fortemente um cumprimento em um tempo próximo. Algumas delas podem ser mais facilmente manipuladas do que outras. Por exemplo, a passagem número 2 (Mt. 26.64), que atribui as palavras de Jesus a Pôncio Pilatos, deve se referir a um futuro indefinido. O fato de Pilatos “ver” a vinda de Cristo “desde agora” não exige que haja um cumprimento no 1° século. 

Uma das passagens mais importantes citadas acima, entretanto, é a de número 6 (1Co. 10.11). Nela são mencionados “os fins dos séculos” que sobrevieram aos judeus. Esse texto apoia a tese de que “a consumação do século” significa “o fim da era judaica”. Russel enfatiza grandemente esse texto: 

As expressões “os fins dos séculos” [ta tele ton aionos] são equivalentes à “consumação do século” [e sunteleia tou aionos] e a “o fim” [to telos]. Todas se referem ao mesmo período, a saber, ao término da era judaica, ou dispensação, que estava próximo (…) 

Algumas vezes, diz-se que todo o período compreendido entre a encarnação e o fim do mundo é considerado no Novo Testamento como “a consumação do século”. Porém, tal afirmação, logo de início, produz uma incongruência flagrante. Como poderia o fim de um período ter uma duração tão longa e prolongada? E principalmente, como poderia ser mais longo do que o período do qual é o fim? Já se passou mais tempo desde a encarnação de Cristo do que desde o anúncio da lei da primeira vinda de Cristo: assim, baseado nessa hipótese, a consumação do século é bem mais longa do que o próprio século. 


Fonte: Os Últimos Dias Segundo Jesus, R. C. Sproul, Cultura Cristã, pp. 72-76. 

 

sábado, 9 de janeiro de 2021

Esta Geração ou Esta Raça?



Vários modelos interpretativos são oferecidos para evitar a inescapável conclusão que “esta geração” de Mateus 24:34 refere-se à geração a quem Jesus estava falando. Traduzir “esta geração” como “esta raça judia” tem sido uma interpretação popular por muitos anos. Adam Clarke,2 em seu comentário sobre Mateus, publicado primeiramente em 1810 como parte de uma grande obra sobre toda a Bíblia, toma a posição de que a palavra grega para “geração” (genea) deveria ser traduzida como “raça”. Ele não oferece nenhum suporte exegético para sua opinião. Nenhuma referência cruzada é listada. Mesmo assim, Clarke ainda mantém que todos os eventos profetizados por Jesus em Mateus 24 foram cumpridos nos eventos que culminaram e incluíram a destruição de Jerusalém em 70 d.C. 

Este capítulo contém uma predição da destruição absoluta da cidade e do templo de Jerusalém, e a subversão de toda a constituição política dos judeus; e é uma das porções mais valiosas das Escrituras da nova aliança, no que diz respeito à evidência que fornece da verdade do Cristianismo. Tudo o que o nosso Senhor predisse que deveria acontecer com o templo, a cidade e o povo dos judeus, foi cumprido da maneira mais correta e surpreendente…

“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.” (Mateus 24:34) 

Com este versículo somos trazidos a um círculo fechado. De uma maneira direta, Jesus deixa claro que todos os eventos delineados nos versículos precedentes seriam cumpridos antes que essa geração do primeiro século passasse. 

O Salvador expressou essas palavras em conexão com a profecia quanto ao sofrimento do povo judeu e a destruição de Jerusalém. Suas palavras significam que, antes que a geração então viva morresse, essas coisas ocorreriam. E isso foi exatamente o que aconteceu. Perto do fim de 70 d.C. (isto é, uns quarenta anos após Jesus expressar essas palavras), tudo predito por ele nos versículos 10-24 [de Lucas 21] em conexão com os eventos antes e durante a destruição de Jerusalém já tinha sido cumprido – o templo foi destruído até a última pedra, toda a Jerusalém estava em ruínas, o povo judeu foi assassinado às centenas de milhares… e levado em cativeiro.

Mateus 24:34 é, nas palavras de J. Marcellus Kik, “a chave para Mateus 24.” O relato do Sermão do Monte das Oliveiras por Lucas confirma que a geração que Jesus tinha em mente era a geração a quem ele estava falando: “Estejam sempre atentos e orem para que vocês possam escapar de tudo o que está para acontecer, e estar em pé diante do Filho do homem” (Lucas 21:36, NVI). Uma vez que determinamos o significado de “vocês”, podemos resolver o significado “desta geração”. Claramente, Lucas 21:36 refere-se àqueles a quem Jesus falou, o mesmo grupo ao qual Jesus mandou estar “sempre alerta” e orar. Jesus confirmou a proximidade do cumprimento dos eventos ao dizer aos seus ouvintes que o cataclisma estava “para acontecer”. Sem um entendimento correto do elemento tempo no texto, os videntes proféticos sempre acharão em Mateus 24 um campo fértil para especulação maluca. 

Geração como “Raça” 


Uma forma de eliminar o problema quanto ao tempo é traduzir a palavra grega genea como “raça”, ao invés de geração. Escritores contemporâneos que traduzem genea como “raça” invariavelmente apóiam sua visão alegando que os eventos descritos em Mateus 24 não foram cumpridos em 70 d.C. Arno C. Gaebelein escreve: “O versículo 34 tem sido uma dificuldade para muitos. A palavra geração não significa o povo que estava então vivo; ela tem o significado de ‘esta raça’. A raça judia não poderia desaparecer até que todas essas coisas fossem cumpridas.”6 Numa nota de rodapé sobre “esta raça”, Gaebelein escreve: “Assim como em 1 Pedro 2:9, ‘uma geração eleita’, isto é, classe de pessoas.” Uma comparação do grego em 1 Pedro 2:9 mostrará que genos (raça) é usado, não genea (geração). Pedro fala de uma “raça” eleita, não de uma “geração” eleita. 

Existem ainda alguns comentaristas que afirmam que genea deveria ser traduzido como “raça”, mas oferecem pouca ou nenhuma evidência exegética para apoiar sua alegação. J. Dwight Pentecost, um pré-milenista dispensacionalista, chama a tradução de genea como “raça” de a “melhor explicação” sem oferecer qualquer defesa exegética.8 William Hendriksen, um amilenista, apresenta um fraco argumento exegético para genea ser traduzida como “raça”. O erro mais sério do método de Hendriksen é que ele não compara o uso de genea em Mateus 24:34 com como genea é usada em outros lugares no próprio evangelho de Mateus.

Traduzir “esta geração” como “esta raça de pessoas” ganhou popularidade através das notas da Bíblia de Referência Scofield. A Nova Bíblia de Referência Scofield (1967), retém uma versão modificada da nota da primeira edição. Visto que milhões de estudantes da Bíblia têm usado as notas da Scofield em seu estudo da Bíblia, é necessário que façamos um estudo completo da posição. 

Seguindo a linha de Scofield, o texto deveria ser lido assim: a “nação ou família de Israel será preservada ‘até que todas estas coisas se cumpram’.” Para Scofield, a palavra grega genea tem a “definição primária” de “raça, tipo, família, descendência, linhagem.” Se essa é a tradução e interpretação apropriada, Mateus 24:34 seria o único lugar na Bíblia onde genea tem esse significado. Para apoiar sua posição, Scofield alega que todos os léxicos gregos concordam que genea significa “raça”. Scofield escreve: 

A palavra grega genea, traduzida como “geração”, significa primariamente (como de fato a palavra inglesa) “raça, tipo, família, descendência, linhagem” (Webster); “Uma era, raça ou geração de homens” (Greenfield); “Homens da mesma descendência, uma família” (Thayer). Portanto, interpretar assim a passagem é simplesmente dar a ela o seu significado natural não forçado.

 

Nem todos os léxicos concordam! Scofield lista o Greek-English Lexicon of the New Testament de Thayer como uma autoridade para apoiar sua alegação de que genea em Mateus 24:34 deveria ser traduzida como “raça”. Thayer, contrário a Scofield, apresenta a seguinte definição de genea: “a multidão inteira de homens vivendo ao mesmo tempo: Mt. xxiv.34; Mc. xiii.30; Lucas i.48.”11 Thayer cita Mateus 24:34 e Marcos 13:30 em suporte de traduzir genea como “geração”. Thayer não aplica a tradução “raça” a Mateus 24:34. Uma pesquisa em outros léxicos e dicionários teológicos mostrará que genea é traduzida como “geração” – “aqueles vivendo ao mesmo tempo” – e não “raça”. 
  • “Essa geração deve ser entendida temporalmente.” · 
  • “Em Mateus ela tem o significado de esta geração, e de acordo com o primeiro evangelista, Jesus esperava o fim desta era… ocorrer em conexão com o julgamento sobre Jerusalém no fim daquela primeira geração (veja Mc. 9:1 e Mt. 16:18).” 
  • “Geração’ é a tradução mais provável de genea.” 
“O significado nação é advogado por alguns em Mateus 24:34; Mc. 13:30; Lc. 21:23; mas veja também 2.2. basicamente, a soma total daqueles nascidos no mesmo tempo, expandido para incluir todos aqueles vivos num determinado tempo, geração, contemporâneos.”15 Nesse léxico, o mais amplamente usado hoje, Mateus 24:34 é empregado como uma referência em suporte de traduzir genea como “geração”, e não “raça”.  

A palavra grega genos, ao contrário de genea, é melhor traduzida como “raça” (veja Marcos 7:26; Atos 4:36; 7:19; 13:26; 17:28; 18:24; 2Co. 11:26; Gl. 1:14; Fp. 3:5; 1 Pedro 2:9). “Parece improvável que todos os três evangelistas teriam falhado em usar esta palavra se essa era a ideia que queriam transmitir.”

Mesmo após considerar toda essa evidência contrária, alguns ainda alegam que genea deveria ser traduzida como “raça”. Por exemplo, Atos 2:40 é oferecido como suporte: “E com muitas outras palavras, ele [Pedro] solenemente testificou e continuou exortando-os, dizendo, ‘salvai-vos desta geração perversa!’”. Pedro, um judeu, está dizendo aos seus companheiros udeus para se achegaram a Cristo porque é “esta geração”, a geração da qual ele é parte, que encontrará a ira de Deus quando o tempo e a cidade forem destruídas. Por que Pedro, um judeu, chamaria sua própria raça de “perversa”? Não há nada perverso sobre os judeus como uma raça de pessoas. Pedro permaneceu um judeu étnico após se tornar um cristão. Como Mateus 24:22 e 24 declaram, somente os eleitos – a maioria dos quais eram judeus – seriam salvos da tribulação que ocorreria antes da sua geração passar.

Hebreus 3:10 é algumas vezes usado em suporte de traduzir genea como “raça”, mas na realidade refere-se à simples geração de judeus que peregrinou no deserto por quarenta anos: “Onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos. Por isso, me indignei contra essa geração…” Esse versículo se encaixa muito bem como genea sendo traduzida como “geração”, ao invés de “raça”, especialmente à luz do fato que uma geração tem quarenta anos, a quantia de tempo que transcorreu entre o Sermão do Monte das Oliveiras em 30 d.C. e a destruição de Jerusalém em 70 d.C. 

Quase todas as traduções da Bíblia traduzem genea como “geração”. A versão King James, American Standard (1901), New English Bible, Revised Standard, New King James, New Berkeley Version, Bíblia de Jerusalém, New Internacional,17 e a New American Standar traduzem genea como geração. Se genea deveria ser traduzida como “raça”, então por que os tradutores não a traduzem como “raça”? Até mesmo Hal Lindsey admite que genea não deveria ser traduzida como “raça”. 

ETERNITY: Você não acha que o termo significa simplesmente a raça do povo? 

LINDSEY: Não, pois o contexto não está falando sobre uma raça, mas sobre tempo. O contexto, e eu já debati isso com muitas pessoas, incluindo Earl Radmacher, está lidando com um tempo geral ou ele não teria nenhum significado. Somente o terceiro significado da palavra no léxico grego é “raça”. Esse é um uso muito incomum dessa palavra.

 

Geração não significa “raça” no inglês [nem no português!], como Scofield insiste. O American Dictionary of the English Language de 1828, de Noah Webster, define “geração” como “uma simples sucessão na descendência natural, como os filhos dos mesmos pais; por conseguinte, uma era. Assim, dizemos a terceira, a quarta, a décima geração. Gênesis xv.16. As pessoas do mesmo período, ou vivendo ao mesmo tempo: ‘Ó geração incrédula e perversa.’ Lucas ix.” Noah Webster lista “raça” como o sexto significado possível. O The Shorter Oxford English Dictionary (edição de 1968) lista “raça” como o último significado possível. O uso contemporâneo também milita contra usar “geração” como um sinônimo para raça. Quando falamos de um “generation gap”,19 não queremos dizer um hiato entre raças. Uma “generation gap” é um intervalo de tempo que existe entre dois grupos de pessoas que viveram em eras diferentes. A palavra grega genea, em seu “significado natural não forçado”, quando se comparando Escritura com Escritura, significa “geração”. E no caso de Mateus 24:34, a geração a quem Jesus estava falando. Isso significa que a profecia entregue por Jesus sobre o Monte das Oliveiras é agora história. 


Fonte: Last Day Madness, Gary DeMar, p. 183-188. 

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto  



 

domingo, 13 de dezembro de 2020

A Data do Livro de Apocalipse Como Isso Afeta a Nossa Interpretação? (Parte 1)



Quando o livro de Apocalipse foi escrito? Que influência o tempo da escrita têm sobre a interpretação do livro? Essa e outras questões ao redor da data são o ponto focal deste artigo. 

Duas datas possíveis são geralmente sugeridas para a escrita do livro de Apocalipse. Uma, a mais antiga, é 95 ou 96 d.C. A outra é uma data mais primitiva e é normalmente sugerida ser algo por volta de 68 d.C. Por que essas datas são importantes? Não é porque saber a data precisa ou o ano exato seja necessariamente importante. Antes, é porque há um período tão grande entre essas datas que ele influencia diretamente a interpretação e aplicação dos símbolos encontrados dentro do livro.

Por exemplo, se a data mais antiga pode ser estabelecida, então uma aplicação a um período mais precoce deve ser ignorada, especialmente visto que o livro é profético e descreve coisas que “brevemente deveriam acontecer” (Apocalipse 1:1), isto é, coisas então iminentemente futuras. Eventos que já tivessem acontecido não poderiam ser considerados de forma alguma. A destruição de Jerusalém é um evento que aconteceu em 70 d.C. Aqueles que advogam a data mais antiga não veem nenhuma referência, seja qual for, à destruição de Jerusalém no livro. Eles devem encontrar eventos futuros ao ano 95 d.C., aos quais as profecias contidas no livro devem se aplicar. 

Por outro lado, se o livro foi escrito antes da destruição de Jerusalém, em ou antes de 68 d.C., então é possível para o intérprete aplicar o conteúdo do livro a esse evento. Isso torna a datação deste livro um assunto deveras muito importante. Ele é um assunto sobre o qual todo cristão deveria estar razoavelmente ciente, por causa das consequências que têm sobre um entendimento apropriado deste belo livro.

Mas essa é uma questão muito difícil para uma pessoa “comum” decidir? Não, de forma alguma. Na verdade, é somente ocultando das multidões a evidência que tal ignorância ainda prevalece sobre a data. A evidência é impressionante e convincente. O estudante mediano da Bíblia pode muito bem se assegurar do tempo geral no qual este livro foi escrito e da melhor forma de entender a sua mensagem e conteúdo. Qual é a evidência para as duas datas? 

Primeiro, a data mais antiga (95 ou 96 d.C.) é baseada puramente numa evidência externa. Por evidência externa queremos dizer evidência que se origina fora da Bíblia, ou evidência não inspirada. Ela é baseada no testemunho de um homem, Ireneu, que viveu aproximadamente de 130 a 200 d.C. Sua declaração foi preservada por um historiador da igreja chamado Eusébio, que viveu aproximadamente de 264 a 340 d.C. Assim, na melhor das hipóteses, temos um testemunho não inspirado, de segunda mão, para a data mais antiga. 

A declaração de Ireneu é a seguinte: “Se fosse necessário ter seu nome distintamente anunciado no presente tempo, sem dúvida teria sido anunciado por aquele que viu o Apocalipse; pois não foi muito antes disto que ele foi visto, mas quase em sua própria geração, nos fins do reinado de Domiciano” (citado em The Book of Revelation, Foy E. Wallace Jr., p. 25).

Com respeito à declaração acima, estudiosos têm reconhecido que não é possível determinar se Ireneu queria dizer que João foi visto pelo tutor de Ireneu, Policarpo, ou se “o Apocalipse foi visto nos fins do reinado de Domiciano”. Tal ambiguidade destrói este argumento como evidência. Mesmo Eusébio, que registrou essa declaração, duvidava que João, o apóstolo, tinha escrito do livro de Apocalipse. O ponto aqui é o seguinte: se a declaração não foi forte o suficiente para convencer Eusébio que João tinha sequer escrito Apocalipse, por que muitos pensam hoje que ela é forte o suficiente para convencer a alguém que o apóstolo viu tal livro durante o reinado de Domiciano (95 d.C.)? O mínimo que se pode dizer é que esse argumento é fraco. 

Outros que comentam sobre a declaração dizem: “Sua citação (de Eusébio) nem sequer menciona ‘a escrita’ de Apocalipse, mas refere-se somente ao tempo quando certas pessoas anônimas alegavam ter visto o apóstolo ou a profecia, ninguém sabendo qual. Isso não prova nada. E mais: isso se ele quis dizer que o Apocalipse foi visto, e se o que estava originalmente contido na citação pudesse ter referência à tradução grega , se é que de fato referia-se ao Apocalipse. Aí vai se embora o caso todo para a data mais antiga (Commentary on Revelation, Burton Coffman, p 4). 

Finalmente, Ireneu disse da idade de Jesus, “mas a idade de 30 anos é a primeira da mente de um jovem, e que essa alcança até mesmo os quarenta anos, todo o mundo concordará: mas após os quarenta e cinqüenta anos, começa a se aproximar da idade velha: na qual o nosso Senhor estava quando ensinou, como o Evangelho e todos os Anciãos testemunham…” (Citado em Before Jerusalem Fell, Kenneth L. Gentry, p. 63). Podemos confiar no testemunho de um homem que diz que Jesus ensinou por 15 anos e que tinha cinqüenta anos de idade quando morreu? Todavia, basicamente existe apenas o seu testemunho para a data mais antiga! 


Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

Fonte: http://www.allthingsfulfilled.com/


 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

A "grande tribulação" de Mateus 24 é Diferente da "grande aflição" de Lucas 21?



"Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais". (Mateus 24.21)

"Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo". (Lucas 21.23)

A "grande tribulação" descrita no evangelho de Mateus é a mesma "grande aflição" do evangelho de Lucas? Os evangelhos estão falando do mesmo assunto? Segundo alguns pregadores de escatologia, não.

Veja isto no comentário de Norbert Lieth:

"Em Lucas 21.20 e 24 o Senhor diz: "Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles." Isso cumpriu-se em 70 d.C.

Mas Mateus 24 menciona algo que não aparece no Evangelho de Lucas, pois cumprir-se-á apenas nos tempos do fim: "o abominável da desolação" (v. 15).

No Evangelho de Lucas, que trata primeiro da destruição do templo em 70 d.C., está escrito: "...haverá grande aflição na terra" (Lc 21.23) (não está escrito: "grande tribulação"). Mas em Mateus 24, que em primeira linha fala dos tempos do fim, lemos sobre uma "grande tribulação" "como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais" (v. 21). A expressão "grande tribulação" diferencia nitidamente a angústia de 70 d.C. da "grande tribulação" no final dos tempos".[1]

Em que Norbert Lieth se baseia para dizer que a "grande tribulação" de Mateus 24 seja diferente da "grande aflição" de Lucas 21?

No mesmo artigo ele explica:

"Como já foi mencionado, não creio que em Mateus 24.15 o Senhor Jesus esteja referindo-se à destruição do templo em 70 d.C., mas penso que Ele está falando do tempo do fim. Ele menciona a destruição do templo e de Jerusalém em Lucas 21, fazendo então a ligação com os tempos finais. Aliás, este é o sentido dos quatro Evangelhos: apresentar ênfases diferenciadas dos relatos. Os Evangelhos tratam da profecia como também nós devemos fazê-lo, manejando bem a palavra da verdade (2 Tm 2.15)".[2] (o grifo é meu)

Porque há ênfases diferenciadas nos evangelhos? Isto depende do público alvo para quem o evangelho foi escrito. Por exemplo, o público alvo de Lucas é a população dos gentios de língua grega e no evangelho de Mateus existe "a intenção de provar aos judeus que Jesus Cristo é o Messias prometido".[3]

Portanto, é de se esperar que Mateus diga "grande tribulação" ao invés de "grande aflição" e também que fale sobre coisas das quais Lucas omite, tal como o Abominável da Desolação de Daniel cuja linguagem escriturística o povo judeu estava mais familiarizado.

A "grande tribulação" do evangelho de Mateus e a "grande aflição" descrita em Lucas, trata-se do mesmo assunto. Em ambos os evangelhos, as recomendações de Jesus para o tempo da tribulação são exatamente as mesmas. Veja:

1. A tribulação é de nível local sendo possível fugir dela (Mateus 24.16, 17; Lucas 21.21);

2. Advertência para as gravidas (Mateus 24.19, 20; Lucas 21.23).

O principal ponto é que tanto em Mateus como em Lucas, Jesus encerra a questão com a seguinte frase: "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça". (Mateus 24.34; Lucas 21.32)

Ninguém pode fugir do fato de que aquela geração dos dias de Jesus experimentou todos aqueles acontecimentos descritos em ambos os evangelhos de Mateus 24, Lucas 21 e também Marcos 13.

Uma vez que Norbert Lieth disse que Lucas "trata primeiro da destruição do templo em 70 d.C", então, quem é a geração que veria aqueles acontecimentos (Lucas 21.32)? Se afirmar que Lucas estava referindo-se aquela geração, porque então Mateus 24.34 refere-se a qualquer outra geração futura?

Seja a "grande tribulação" ou "grande aflição", o fato é, que tanto Mateus como Lucas, falam do mesmo evento ocorrido em Jerusalém no ano 70 d.C. Aquela geração que viu Jesus não passou sem ver a chegada do Reino de Deus e a destruição de Jerusalém e seu Templo.

O "abominável da desolação" descrito em Mateus 24.15 é "Jerusalém sitiada de exércitos" de acordo com Lucas 21.20, e não o Anticristo.

Portanto, nós cristãos, não esperamos mais por uma grande tribulação futura, mas o cumprimento do Reino de Deus conquistando definitivamente todas as nações da terra, trazendo assim bençãos sobre o mundo e por fim a volta de Jesus.

"A fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade". (Atos 3.20, 21 - o grifo é meu)




Fonte: www.revistacrista.org


________________________
Notas:


1. Artigo: 3 Perguntas Sobre o Fim dos Tempos. Autor: Norbert Lieth.
...Site: http://www.chamada.com.br/mensagens/fim_dos_tempos.html
...Acessado dia 16 de Junho de 2013

2. Idem nº 1.

3. Artigo: Evangelho de Mateus.
...Site: www.gotquestions.org/Portugues/Evangelho-de-Mateus.html
...Acessado dia 18 de Junho de 2013


 

domingo, 18 de outubro de 2020

Interpretação Preterista das Profecias



Neste artigo trataremos do assunto preterismo quanto as profecias bíblicas. Em termos teológicos o preterismo é o método de interpretação das profecias considerando-as cumpridas na geração que estava viva quando Jesus pregou. Exceto as profecias da sua segunda vinda, obviamente mais claras no Novo Testamento são futuristas, o que indicam que as Escrituras são em um percentual de preterismo bem maior e mais abrangente.

Isto significa que a observação preterista não trata alegoricamente as profecias apesar de considerar as aplicações dos textos para a vida cristã. O valor da profecia é de caráter comprobatório dos feitos de Deus, dos seus Atributos, Decretos e Vontade. Em última análise o preterista se assegura de que se é fato que se iniciou uma obra, ainda que na expressão das tipologias até que Cristo as cumprisse plenamente e eternamente - "Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, Nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção." (Hb.9:11-12)


Para este artigo faremos uma análise de Gn.12:1-3, numa das passagens que mais tende a ser interpretada de modo futurista. A figura de Abrão nesta passagem é tão alegorisada que parece ser quase inexistente historicamente e contextualizadamente.

O caso entre Abrão, a bênção e a descendência


A exposição de Gênesis 12 talvez tenha uma única profecia que esteja além de Abrão. Justamente o fim do versículo 3 (e em ti serão benditas todas as famílias da terra) sugere que está seja uma profecia que se estenda a outros, exclusivamente aos que creem seguindo as linhas de interpretação de Paulo e o autor de Hebreus (Rm.9-11, Gl.3, Hb.12).

Então, do que se trata o abençoarei os que te abençoarem? O que o texto em seu contexto expõe é que (1) do versículo 1 ao 3 uma palavra é direcionada a Abrão especificamente; (2) A prova disso é que o fim do verso 2 mostra que Abrão "será uma benção."

Seria subjetivo pensar que o texto diga que a bênção é externa, porque o texto aponta para Abrão e a única benção claramente externa é para os descendentes (e em ti serão benditas todas as famílias da terra), isto é indicado quando observamos que Deus, a partir de Abraão fará uma grande nação (v.2) e que as famílias da terra serão benditas (v.3).

Se a sua descendência estará nas famílias da terra isto com certeza não tem a ver com bênçãos materiais ou nacionais porque João ao batizar adverte os hipócritas de que ser israelita não é pressuposto de ser filho de Abraão (Mt 3).

Alegorismo meritório


O historicismo é outro método de interpretação das profecias. Os eventos podem ser vistos com certo preterismo, mas fundamentalmente as profecias produzem marcas históricas que entram o pensamento, atitudes e a espiritualidade. Os riscos desse método recaem no que ocorreu no segundo século, quando Montano alegava que a inspiração Bíblica não estava encerrada. Isto significa que o historicismo tende a ter certo grau alegorizar as profecias, entendendo que um feito passado acarretará num efeito colateral espiritual generalizado. O dispensacionalismo analisa que todo Israel nacional vai ser separado para correção, é a alegorização das 70 semanas de Daniel. Parece que perigosamente o pecado de Israel em rejeitar a Cristo dará a eles o mérito de serem corrigidos de modo especial num futuro ou então pretendem alegar que ter nascido hebreu dá alguma condição de prioridade quanto as coisas eternas e insondáveis.

No Brasil tende-se a pensar que o Voto de Minerva dado por Oswaldo Aranha, na Convenção das Nações Unidas de 1947, para confirmação de um Estado de Israel trouxe benefícios espirituais porque os futuristas ou historicistas põe a profecia num patamar alegórico e aberto. Já que Abrão é figura representativa da nação e quem o abençoar será abençoado, logo o Brasil está sendo abençoado pelo voto de Minerva. Fatalmente uma interpretação alegórica das profecias, uma vez que elas são muito abrangentes ou gerais com relação aos hebreus estão correndo o risco de serem manipuladas como Montano fazia com o caso da inspiração Bíblica.

Vale a pena fazer uma correção aqui quanto a este caso do Brasil porque como apresentado bem no início, na análise de Gn.12:1-3, existem coisas muito específicas a Abrão e não necessariamente a outros. Então, porque o Brasil é abençoado? Porque Deus tem misericórdia de nós não porque fizemos isso ou aquilo, mas pela sua soberana vontade, escondida, insondável e impenetrável (Rm.16:33). O Risco da teologia do mérito recai em muitos pontos místicos na interpretação das profecias.



Fonte: www.novosreformadorescristaos.blogspot.com.br



 

domingo, 6 de setembro de 2020

Três princípios do Preterismo



O pós-milenismo moderno é em grande parte, embora não exclusivamente, comprometido com uma ferramenta interpretativa particular conhecida como "preterismo". Esta ferramenta é útil para explicar muitas das passagens de julgamento catastrófico como características da fundação do cristianismo no primeiro século, em vez de evidências do declínio do cristianismo no último século.

No entanto, os pós-milenaristas não adotam essa abordagem interpretativa para evitar um impacto negativo no seu sistema escatológico. Em vez disso, o preterismo surge naturalmente de uma leitura cuidadosa do texto bíblico.

O preterista evangélico e reformado mantém fortemente o futuro do Segundo Advento, a ressurreição e o grande julgamento. Estes são dados ortodoxos bem expostos nas Escrituras e prolongados pelo cristianismo histórico de forma credal.

Três fatores geram o Preterismo:

1º - a importância dos indicadores cronológicos na profecia bíblica,

2º - o impacto da linguagem apocalíptica do Antigo Testamento no discurso escatológico, e;

3º - o significado do ano 70 d.C. para a história redentora.

Vejamos como estes fatores impactam o Apocalipse.

Primeiro, indicadores cronológicos


O Preterismo depende fortemente das afirmações do Apocalipse sobre a proximidade de certos eventos proféticos (Apocalipse 1:1,3; 22:6,10), enquanto os não-preteristas interpretam mal e falsamente essas passagens. Quando o Preterismo analisa delimitadores temporais em textos didáticos, isto permite-lhe o seu significado literal e busca um cumprimento histórico na antiguidade. Onde ausente, então outras questões devem sugerir a interpretação apropriada, que pode ou não pode exijir um cumprimento passado.

Em segundo lugar, imagens simbólicas


O preterista reconhece a natureza hiperbólica-simbólica da imagem visual dramática em profecias apocalípticas. Embora a maioria dos evangélicos reconheça o caráter simbólico do Antigo Testamento apocalíptico, sua influência nas passagens do Novo Testamento é muitas vezes ignorada. Este simbolismo chega ao seu efeito mais abrangente no livro de Apocalipse, que abre com um aviso sobre isso:

Apocalipse 1:1: "A Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos Seus servos, as coisas que devem ocorrer em breve; E enviou e comunicou por seu anjo ao servo de servo João".

A palavra traduzida como "comunicou" é o verbo grego semaino que significa "significar, simbolizar". É usado aqui no contexto com deikenumi que é traduzido como "para mostrar". Juntos, eles indicam a natureza simbólica de "a Revelação de Jesus Cristo" (Apocalipse 1:1a). Esse fato é imediatamente, ilustrado quando a primeira visão é explicada como simbolismo. A visão de Cristo que anda entre os candelabros com sete estrelas em sua mão (Apocalipse 1:9-16) é interpretada por ele para mostrar que candelabros e estrelas literais não são o ponto. Em vez disso, eles simbolizam as sete igrejas e os "anjos" (mensageiros) dessas igrejas (Apocalipse 1:20).

Terceiro, cristianismo da nova aliança


Os preteristas afirmam que o nascimento da Nova Aliança do cristianismo em Pentecostes no ano 30 d.C. conduz necessariamente à morte da Aliança do antigo judaísmo no holocausto do ano 70 d.C. De acordo com Atos 2:16-21,40, as línguas eram um sinal do "sangue e fogo que envolveria Jerusalém no ano 70 d.C.". Por rejeitar o seu Messias profetizado (Lucas 23, 18-32; Mateus 21:33-46; compare com 1ª Tessalonicenses 2:14-16), Deus julga o povo, a terra, a cidade e o templo de Israel (Mateus 23:34; 24:34). Este julgamento conclui para todos os tempos a era tipológica-cerimonial do Antigo Testamento (Hebreus 8:13; compara com João 4:21; Hebreus 10:23-25; 12:18-29), que se concentrou em um só povo (Deuteronômio 7:6; Salmo 147:19-20; Amós 3:2) em uma terra confinada (Gênesis 15:18; Salmo 135:10-12). Isso abre drasticamente a redenção de Deus a todos os povos em todo o mundo (Mateus 8:10-11; 24:29-30; 28:18-20; Lucas 24:44-49; Atos 1:8).


Tradução e adaptação textual por
César Francisco Raymundo

Fonte: www.postmillennialworldview.com
Acessado Sexta-feira, 18 de Agosto de 2017

domingo, 2 de agosto de 2020

A igreja católica não é a prostituta do apocalipse




Segundo vários teólogos, o livro do apocalipse, se refere a época de João mesmo, e 90 por cento de suas profecias já teriam sido cumpridas. Como pesquisadores das escrituras não podemos deixar de analisar e levar em consideração estes argumentos. Ainda que a Igreja Católica tenha suas falhas e tenha se corrompido com a idolatria, não podemos atribuir-lhe um oráculo bíblico se este não se refere a mesma. Existem duas vertentes teológicas vigentes que divergem muito entre si. Uma alega que a Igreja católica é a prostituta mencionada em apocalipse 17 e outra que João estaria se referindo a Jerusalém apostata de sua época. Ambas possuem fortes indícios de que estejam certas e ambas apresentam falhas em suas teorias, que iremos analisar a seguir. 

"Veio, então, um dos sete Anjos que tinham as sete taças e falou comigo: Vem, e eu te mostrarei a condenação da grande meretriz, que se assenta à beira das muitas águas" Apocalipse 17:1 

Vejamos a semelhança em Apocalipse 21. 

"Então veio um dos sete Anjos que tinham as sete taças cheias dos sete últimos flagelos e disse-me: Vem, e mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro" Apocalipse 21:9 

Um dos sete anjos mostra a Prostituta em Apocalipse 17, em Apocalipse 21 um dos setes anjos mostra a Noiva. A Noiva é a Nova Jerusalém, se a Noiva é a Nova Jerusalém, portanto a Prostituta é outra coisa a não ser a Velha Jerusalém (Apóstata)? 

"Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição" Apocalipse 17:2 

"Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas." Isaías 1 : 21 

Vejamos alguns relatos do Antigo Testamento sobre quem contaminou a Terra. 

"E sucedeu que pela fama da sua prostituição, contaminou a terra; porque adulterou com a pedra e com a madeira" Jeremias 3:9. 

"Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra" Jeremias 23:15. 

"Disse mais o SENHOR nos dias do rei Josias: Viste o que fez a rebelde Israel? Ela foi a todo o monte alto, e debaixo de toda a árvore verde, e ali andou prostituindo-se. E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu" Jeremias 3:6-8.

Jerusalém 

"filho do homem, mostra a Jerusalém os seus crimes abomináveis." Ez16,2 

Jerusalém em seus tempos de rebeldia se prostituía: Segundo Jeremias 25 cita muitas nações beberam do vinho, entra elas: 

Egito, Edom, Moabe, Uz, Tiro, Sidom etc.. (Jeremias 25:19-27) 

"E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres" Apocalipse 17:3

Aqui temos uma descrição incrível, no verso 18 de Apocalipse 17 diz que mulher significa a grande cidade, portanto podemos descartar a ICAR, ja que ela não é uma cidade. O versículo diz que a mulher se assenta sobre uma Besta. Essa Besta é a mesma Besta de Apocalipse 13 e de Daniel 7: É o Império Romano. O fato de estar assentada sobre uma Besta demanda sujeição sobre a Besta, sem a Besta a mulher não poderia fazer nada. Jerusalém de fato tinha acordos com Roma e precisou de Roma para crucificar e perseguir muitos, como podemos ver:

Josefo escreve: “Parece-me ser necessário relatar todas as honras que os romanos e seus imperadores retribuíram a nossa nação, e as alianças de ajuda mútua que fizeram” (Antiquities 14.10.1,2;). 

Exemplos dos Judeus acusando aos Romanos os seguidores de Yeshua:

"Os quais Jasom recolheu; e todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus" Atos 17:7 

"E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios" Atos 21:11 

"Sempre e em todo o lugar, ó potentíssimo Félix, com todo o agradecimento o queremos reconhecer.Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo; e o principal defensor da seita dos nazarenos" Atos 24:1-9 

"E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição;" Apocalipse 17:4 

Alguém se lembra das roupas sacerdotais? 

"E tomarão o ouro, e o azul, e a púrpura, e o carmesim, e o linho fino, E farão o éfode de ouro, e de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, de obra esmerada. E o cinto de obra esmerada do seu éfode, que estará sobre ele, será da sua mesma obra, igualmente, de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido. E tomarás duas pedras de ônix, e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel, Farás também engastes de ouro, E duas cadeiazinhas de ouro puro; de igual medida. E o encherás de pedras de engaste" Êxodo 28:1-17

Vemos fontes de Josefo: 

Josefo descreve a tapeçaria do templo cuidadosamente como “tapeçaria babilônica na qual as cores azul, púrpura, escarlate e branco foram misturadas” (Wars 5.5.4). 

Josefo descrevendo o Templo: "Agora a face externa do templo em sua frente [...] estava por toda parte coberta com pratos de ouro de grande peso, e, ao primeiro nascer do sol, refletiu um esplendor ardente, e fez aqueles que se esforçavam para olhar atentamente se voltarem em direção oposta, da mesma maneira que teriam feito aos próprios raios do sol. Mas este templo, para os que não estavam familiarizados com ele, parecia, a uma certa distância, como uma montanha coberta com neve; devido àquelas partes não douradas, que eram excessivamente brancas (Wars 5.5.6)". 

E na sua testa estava escrito o nome: "Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra." Apocalipse 17:5 

A inscrição blasfema da prostituta em sua testa dá uma imagem inversa da inscrição santa no sacerdote judeu. Na testa do sumo sacerdote lemos: “Consagrado ao SENHOR” (Êx. 28.36-38); 

"E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração". Apocalipse 17:6 

Roma estava manchada com o sangue dos santos. Porém Roma tinha entrado recentemente na categoria dos perseguidores, dos inimigos de Deus; ao longo de Atos, Jerusalém e os judeus eram os principais perseguidores. Além disso, Roma não era culpada da matança de quaisquer dos “profetas” do AT, como o fora Jerusalém. 

Em relação às autoridades de Jerusalém, Estevão pergunta: 

"Qual dos profetas que seus antepassados não perseguiram? Eles mataram aqueles que prediziam a vinda do justo, de quem agora vocês se tornaram traidores e assassinos"Atos 7:52 

Jesus disse: 

"Pelo que, esta geração será considerada responsável pelo sangue de todos os profetas, derramado desde o princípio do mundo: desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário. Sim, eu lhes digo, esta geração será considerada responsável por tudo isso" Lucas 11:50-51 

"Serpentes! Raça de víboras! Como escapareis ao castigo do inferno? Vede, eu vos envio profetas, sábios, doutores. Matareis e crucificareis uns e açoitareis outros nas vossas sinagogas. Persegui-soleis de cidade em cidade, para que caia sobre vós todos o sangue inocente derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o templo e o altar. Em verdade vos digo: todos esses crimes pesam sobre esta raça. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta" Mt 23,33-38 

"Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada." Apocalipse 17:9

A cultura oriental a que pertence João, Jerusalém era conhecida como "a cidade das sete colinas" (Pirke de-Rabbi Eliezer, Seção 10). Estas colinas são: 

(1ª) "Escopus". 
(2ª) "Nob". 
(3ª) "o Monte da Corrupção" ou "o Monte da Ofensa" ou "o Monte da Destruição" (2Reis 23,13). 
(4ª) O original "monte Sião". 
(5ª) A colina sudoeste também chamada "Monte Sião". 
(6ª) o "Monte Ofel". 
(7ª) "A Rocha", onde foi construída a fortaleza "Antonia". 

A visão agora muda de rumo, ela foca no Império Romano. 

"E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo". Apocalipse 17:10 

5 já caíram: 
1º Augusto 
2º Tibério 
3º Calígula 
4º Cláudio 
5º Nero 

Galba (68 - 69) (não obteve reinado) Oto (69) (não obteve reinado) Vitélio (69) (não obteve reinado) 

Um existe: 
6º Vespasiano (69 - 79) (o rei que inda estava no poder quando João escreve)  

Outro ainda não veio e quando vier deve durar pouco tempo: 7º Tito (79 - 81) (o rei que duraria pouco, governou só dois anos) 

A Besta: 8ºDominiciano (81 - 96) "E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas". Apocalipse 17:15 

De fato, em Jerusalém habitavam pessoas de todas as nações. Principalmente nas festas (Pentecostes). Além do Oriente Médio ser um grande centro comercial da época. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. Atos 2:5 "E os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo". Apocalipse 17:16

Ficaria complicado o Império Romano destruir sua capital Roma, porém foi o Império Romano que destruiu Jerusalém e seu Templo foi queimado. 

"E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra". Apocalipse 17:18 Vejamos as pistas sobre quem é a grande cidade: 

"E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado". Apocalipse 11:8 

Jesus foi crucificado em Roma? Não, em jerusalém 

"E ponham-se guardas dos moradores de Jerusalém, cada um na sua guarda, e cada um diante da sua casa. E era a cidade larga de espaço, e grande, porém pouco povo havia dentro dela; e ainda as casas não estavam edificadas" Neemias 7:3-4 

Mais um exemplo: 

"E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira". Apocalipse 16:19 

Interessante notar que durante a guerra Judaica três facções dividiram Jerusalém. "E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra". Apocalipse 17:5 

A inscrição blasfema da prostituta em sua testa dá uma imagem inversa da inscrição santa no sacerdote judeu. Na testa do sumo sacerdote lemos: “Consagrado ao SENHOR” (Êx. 28.36-38); 

"Por isso foram retiradas as chuvas, e não houve chuva serôdia; mas tu tens a fronte de uma prostituta, e não queres ter vergonha". Jeremias 3:3 

Um versículo anterior também retrata: "Levanta os teus olhos aos altos, e vê: onde não te prostituíste? Nos caminhos te assentavas para eles, como o árabe no deserto; assim poluíste a terra com as tuas fornicações e com a tua malícia". Jeremias 3:2 


___________________ 

Estudo original do site preterismo:




domingo, 19 de julho de 2020

Teoria do Duplo Cumprimento da Profecia




É óbvio que a maioria das profecias de Daniel já foram cumpridas. A maioria dos futuristas e historicistas prontamente admitem isso, mas não fazem as aplicações históricas a todos os reinos e governantes da história antiga como eu fiz.2 Em vez disso, o que eles fazem é tomar as passagens mais obscuras e aplicá-las a eventos na Idade Média ou do futuro. Isso é algumas vezes chamado de: “A Teoria do Duplo Cumprimento”. 

Será que profecias podem operar em diferentes níveis? Uma profecia pode falar num nível sobre coisas que estavam por acontecer no tempo de vida do profeta, mas em outro nível nos falar hoje sobre coisas que ainda hão de acontecer? Existe tal coisa como um “duplo cumprimento” para as profecias em Daniel, Mateus 24 e Apocalipse? 

Devemos crer que todos os detalhes de Daniel, do sermão no Monte das Oliveiras e de Apocalipse ocorrem duas vezes? Dois rolos com seis selos? Duas bestas? Dois grupos de 144.000? Dois Armagedons? Dois Milênios? Poderíamos continuar citando mais e mais. 

Se você adota uma visão de duplo cumprimento, você está fazendo isso sobre a base de influência teológica, e não mediante métodos sadios de interpretação.


Fonte: In the Days of these Kings.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto