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sábado, 16 de novembro de 2019

As Setenta Semanas de Daniel



Qual o significado das “70 Semanas de Daniel (Dn 9.24-27)?


Primeiramente gostaria de ressaltar que em nenhum lugar no livro de Daniel ou em qualquer outra passagem da Bíblia encontramos qualquer menção de que exista um lapso, um intervalo ou um parêntesis entre a sexagésima-nona e septuagésima semanas da profecia de Daniel. Pelo contrário, Daniel profetiza: “Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo, esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre. Como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o outro. O Grande Deus faz saber ao rei o que há de ser futuramente...” (Dn 2.44,45).

Demonstrarei que a profecia das 70 Semanas de Daniel é hoje muito mais profecia realizada do que escatologia futura.

O profeta Daniel estava com seu povo no exílio babilônico. Ele estava estudando as profecias de Jeremias que previam que o exílio duraria 70 anos (Dn 9.2). Visto que o prazo dos 70 anos de exílio estava se cumprindo, Daniel, consciente de que o exílio havia sido uma punição de Deus por causa dos pecados de Israel, começa a interceder pedindo perdão a Deus em nome do seu povo, na esperança de que o castigo de Israel estivesse para acabar com o final dos 70 anos de cativeiro. A oração de Daniel é ouvida (Dn 9.20-23). Mas, para sua surpresa, ele recebe uma visão de que 70 Semanas estavam determinadas para a realização de seis benefícios favoráveis a Israel que se realizariam na pessoa do tão esperado Ungido ou Messias.

Em Daniel 9.24, temos os seis propósitos da visão das 70 Semanas: 


  1. Para fazer cessar a transgressão; 
  2. Para dar fim aos pecados; 
  3. Para expiar a iniquidade; 
  4. Para trazer a justiça eterna; 
  5. Para selar a visão e a profecia; e 
  6. Para ungir o Santo dos Santos.


Todas as correntes teológicas concordam que 70 semanas equivalem a 490 anos, entendendo que cada dia da semana correspondem a um ano (Gn 29:27; Lv 25:8; Nm 14:34; Ez 4:4-6). As 70 Semanas estão dividas em três períodos (v.25): 1. Sete Semanas (7x7=49 anos) de reedificação; Seguidas por: 2. Sessenta e duas semanas (62x7=434 anos); seguida do terceiro e último período: 3. Uma semana (1x7=7 anos) - O v. 26 diz que “após” as sessenta e duas semanas, ou seja, já dentro da última semana, será assassinado o ungido. E, em decorrência da morte do ungido, ocorreria a destruição de Jerusalém e do templo por um povo de um príncipe que haveria de vir (Dn 9.26); período em que surge o assolador (v.27); Por fim, a visão de Daniel termina com o assolador recebendo o merecido juízo de Deus.

457 A.C. foi o ano em que o rei Artaxerxes decretou que os judeus podiam retornar a Jerusalém para reconstruir a cidade e o Templo (Ed 7:12-26). Se contarmos 483 anos a partir dessa data, chegaremos ao ano 26 d.C. Sabemos que Jesus nasceu no ano 4 a.C., então, ele tinha 30 anos em 26 D.C., ocasião em que foi batizado e iniciou seu ministério terreno. Três anos e meio depois, Jesus foi crucificado. Em termos proféticos, tamanha precisão, embora não necessária, é realmente impressionante! É também dito que o Messias “fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício” (Dn 9.26–27). Ao fim desses três anos e meio, Jesus deu a Sua vida em uma Cruz. Sabemos que Jesus estabeleceu a Nova Aliança por meio do seu sangue derramado na cruz. Ele disse: “Este é o cálice da nova aliança no Meu sangue” (1Co 11:24-25). Com sua morte, Jesus tornou-se o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, pondo assim fim ao sacrifício e as ofertas de manjares, que eram sombras da realidade que nele encontram plena realização (Hb 8 e 9).

Três anos e meio após a morte de Cristo, ou seja, 490 anos após o decreto de Artaxerxes, tivemos a morte do primeiro mártir cristão, Estevão (At 7:59-60). Lucas fez questão de registrar que o próprio sumo sacerdote esteve presente, liderando o grupo de religiosos judeus que rejeitou o Evangelho de Cristo pregado por Estevão e o condenou a morte (At 7:1). A morte de Estevão é um verdadeiro marco, pois, a partir daí, temos a conversão de Saulo que será levantado como Apóstolo aos Gentios (At 9:1-6; 26:15-18). Na sequência, Deus desperta Pedro para a evangelização dos gentios! (At 10). As setenta semanas de favor de Deus para com Israel encerraram-se com a morte de Estevão. A partir daí a pregação do Evangelho se volta para os gentios:  “Então, Paulo e Barnabé, falando ousadamente, disseram: Cumpria que a vós outros, em primeiro lugar, fosse pregada a palavra de Deus; mas, posto que a rejeitais e a vós mesmos vos julgais indignos da vida eterna, eis aí que nos volvemos para os gentios. Porque o Senhor assim no-lo determinou: Eu te constituí para luz dos gentios, a fim de que sejas para salvação até aos confins da terra. (At 13.46–47).

A profecia de Daniel não diz que o Assolador viria exatamente no final das Setenta Semanas, como parte dela, podendo ser entendido como consequência dos eventos dela, principalmente, a morte do Ungido. Portanto, em decorrência de Israel ter rejeitado seu Messias, Jerusalém seria cercada por seus inimigos e destruída, o que aconteceu algumas décadas depois, ainda naquela geração, exatamente como profetizou Jesus no final do capítulo 23 de Mateus.
Portanto, não existe nada no texto de Daniel que indique algo como um intervalo ou paralisação do relógio profético. Vemos que tais profecias são hoje mais história, do que profecias apocalípticas a respeito de dias ainda futuros, pois Jesus veio como Rei de Israel e estabeleceu a nova aliança que fôra profetizada por Jeremias. Jesus foi e é a única esperança de Israel. Na sua primeira vinda, Cristo cumpriu todos os seis propósitos da visão das 70 Semanas de Daniel. A Segunda Vinda de Cristo não será o início da septuagésima semana de Daniel, mas, sim, a consumação final da era presente. O Reino de Deus não foi postergado, mas já foi inaugurado por Jesus Cristo em Sua primeira Vinda, noa dias do Império Romano, exatamente como predito pelo profeta Daniel: "Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre" (Dn 2.44).

As palavras de Jesus registradas no Evangelho de Lucas revelam que a destruição de Jerusalém não traria o fim da era presente, pois Cristo afirmou que os judeus sobreviventes seriam levados cativos para todas as nações e disse ainda: "até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles." (Lc 21.24). Maravilho é notar que tudo aconteceu e tem acontecido conforme profetizado por Jesus. A cidade e o templo foram destruídos naquela geração e os judeus sobreviventes foram levados cativos e a cidade passou a ser pisada por gentios. É possível que os tempos dos gentios (sua evangelização) tenham se cumprido, pois os judeus regressaram a Jerusalém. Em 1948, Israel foi reconhecido como nação. Sinal dos tempos! Cristo em breve virá!

Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes; os que se encontrarem dentro da cidade, retirem-se; e os que estiverem nos campos, não entrem nela. Porque estes dias são de vingança, para se cumprir tudo o que está escrito. 23 Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Porque haverá grande aflição na terra e ira contra este povo. Cairão a fio de espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles." (Lc 21.20–24).

Portanto, a destruição de Jerusalém não representa o fim desta era presente, porque Jesus disse que depois disto, Jerusalem seria pisada pelos gentios até que os tempos deles se completassem e ele também ensinou que era necessário que o Evangelho fosse pregado a todas as nações antes de Sua Segunda Vinda (Mc 13.10). Estamos na era da Igreja. De Jerusalém a Igreja se espalhou para todas as nações! (Cl 1.23 e 1Ts 1.8). As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, que tem sido capaz de cumprir cabalmente sua missão de fazer discípulos de todas as nações (Mt 28.18-20) para que "os tempos dos gentios se completem" (Lc 21.24). Paulo a isto se referia quando disse "que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo" (Rm 11.25–26). O Apocalipse revela uma visão gloriosa do Israel de Deus pleno como "grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos (Ap 7.9). Aí, então, Cristo voltará e se cumprirá esta outra magnifica visão de Daniel: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído." (Dn 7.13–14).


Fonte: http://escatologiacrista.blogspot.com/2008/02/70-semanas-de-daniel.html?m=1 

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

As Setenta Semanas



Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. (Dn. 9:24-27).

A profecia das setenta semanas em Daniel 9 deve ser discutida brevemente por causa de sua importância fundacional para o sistema dispensacionalista de escatologia. Embora a profecia não tenha nenhuma implicação importante sobre o debate entre amilenistas e pós-milenistas, a interpretação dispensacionalista se tornou quase uma obviedade para a maioria dos evangélicos modernos. Por essa razão somente, a profecia merece a nossa atenção. A interpretação dispensacionalista dessa visão pode ser resumida da seguinte forma:

1. O versículo 24 é uma apresentação de toda a profecia. 

2. Os seis propósitos de Deus no versículo 24 serão finalmente cumpridos somente na segunda vinda de Cristo. 

3. O decreto para restaurar e reconstruir Jerusalém (v. 25) foi emitido em 445 a.C. por Artaxerxes (Neemias 2:1-8). 

4. Os sete ‘setes’ e os sessenta e dois ‘setes’, quando entendidos como 483 anos de 360 dias cada, terminam um pouco antes da morte de Cristo. 

5. Entre o fim da sexagésima nona semana e o começo da septuagésima semana, há uma lacuna de tempo indefinida, durante a qual o relógio profético é parado para Israel e a era da igreja transpirar. 

6. Toda a septuagésima semana é futura e começará quando um líder político fizer um “pacto” (aliança) com o povo de Israel. 

7. No começo da septuagésima semana, o arrebatamento de todos os crentes ocorrerá. 

8. No meio dessa septuagésima semana, o líder político suspenderá os sacrifícios num templo reconstruído, e um período de grande tribulação começará em Israel. 9. A septuagésima semana termina com a segunda vinda de Cristo. 

Tradicionalmente, a igreja tem interpretado essa passagem em Daniel como uma profecia do primeiro advento de Cristo e a destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos. A interpretação dispensacionalista de uma “lacuna” emergiu pela primeira vez no século dezenove, para fornecer suporte para essa nova escatologia. A fim de demonstrar a verdade da interpretação tradicional e provar a inadequação da interpretação dispensacionalista, várias observações devem ser feitas:

1. As setenta semanas do versículo 24 são 490 anos. Essas setenta semanas são divididas em três períodos de tempo: sete semanas (49 anos), sessenta e duas semanas (434 anos) e uma semana (7 anos). Esses períodos de tempo foram especificados para que Daniel pudesse “conhecer e discernir” o cumprimento de tempo envolvido, assim como tinha discernido o cumprimento de tempo na profecia de Jeremias (9:2). Tal discernimento é impossível se um intervalo indefinido existe entre a sexagésima nova e septuagésima semana – especialmente quando esse intervalo, como os dispensacionalistas insistem, já é mais de quatro vezes maior que o próprio período das setenta semanas.

2. É possível que o decreto de Artaxerxes em Neemias 2 seja o decreto mencionado por Daniel no versículo 25. A despeito de se é esse decreto ou outro das opiniões sugeridas, o ponto dessa declaração é que uma quantidade específica de tempo passará entre o decreto e a vinda do Messias. 3. As seis coisas a serem realizadas durante os 490 anos (v. 24) foram todas cumpridas no primeiro século.

a. Cessar a transgressão. A rebelião pecaminosa de Israel contra Deus teve o seu clímax em sua rejeição e crucificação do Messias (Mt. 21:33-45; Atos 7:51-52). 

b. Dar fim aos pecados. Os pecados de Israel foram reservados para punição até a geração que rejeitou o Messias (Mt. 23:29-36). 

c. Expiar a iniqüidade. Isso foi cumprido na morte expiatória de Cristo (Hb. 2:17; 9:12-14, 26; 1 João 4:10). 

d. Trazer a justiça eterna. Isso foi realizado através da obra redentora de Jesus (Rm. 3:21-22). e. Selar a visão e a profecia. Os olhos e ouvidos dos judeus foram “selados” para não entender as profecias de Deus (cf. Is. 6:9-10; 29:10-11; Mt. 13:11-16; João 12:37-41). 

f. Ungir o Santíssimo. Isso foi cumprido por Cristo (um nome que significa literalmente “o Ungido”) de várias formas (cf. Lucas 4:18-19; Hb. 1:9; 9:22-28).

4. Após as sete semanas e as sessenta e duas semanas, que implicariam um tempo durante a septuagésima semana, o Messias é “cortado”. Isto é, ele sofre a pena de morte. 

5. Num ponto (não especificado) após o corte do Messias, a cidade e o santuário são destruídos. A destruição de Jerusalém (v. 26-27) no ano 70 d.C. foi uma conseqüência da rejeição e crucificação de Cristo. Daniel não diz que isso ocorre dentro da septuagésima semana. 

6. Aquele que confirma uma aliança no versículo 27 é o Messias no versículo 26. Que o antecedente de “ele” não é o “príncipe” do versículo 26 é confirmado de várias formas:

a. A palavra “príncipe” nem mesmo é o assunto da sentença no versículo 26. O assunto principal é o Messias.

b. O “fim” no versículo 26 é o “fim da destruição”, não o “seu” fim.

7. O Messias cumpriu ou confirmou as estipulações do antigo pacto, e a obra pactual de Cristo foi direcionada aos muitos (judeus fiéis) por quase exatamente sete anos, ou uma semana. Os três anos e meio do ministério de Cristo foram focados primariamente sobre os judeus (Mt. 10:5; 15:24), e por aproximadamente três anos e meio após sua morte e ressurreição, o ministério dos Seus apóstolos foi focado quase exclusivamente sobre os judeus (Atos 1:8; 2:14; Rm. 1:16; 2:10).

8. Cristo colocou um fim aos sacrifícios por seu sacrifício de uma vez por todas na cruz (Hb. 8-10; esp. 10:8, 9, 12).

9. O texto de Daniel, embora forneça uma declaração clara dos eventos que marcam o fim da sexagésima nona e o meio da septuagésima semana, não diz nada sobre um evento marcando o fim da septuagésima semana. Portanto, não é necessário encontrar tal evento na Escritura nem na história.

A profecia de Daniel 7 nos fornece um intervalo de tempo específico no qual espera a vinda do Messias e a inauguração do reino. Em Daniel 9, encontramos a vinda do Messias profetizada para o ano exato e somos informados do que deve acontecer para que as promessas do reino sejam cumpridas. O Messias vindouro seria “cortado”. Ele seria executado. Mas em Sua morte, Ele faria uma expiação pela iniqüidade e produziria justiça eterna. Tudo isso foi cumprido no primeiro advento de Cristo.

Fonte: Extraído e traduzido do excelente livro Postmillennialism: An Eschatology of Hope, Keith A. Mathison, P&R, p. 219-22.

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto