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domingo, 6 de junho de 2021

O Pós-Milenismo é uma Utopia?




Tenho uma prática ocasional de pedir aos amigos do Facebook e, também, aos leitores do PostmillennialismToday, para que mandem algumas perguntas que eventualmente possam ter sobre escatologia. [...]


Eric Clayton Heil escreveu:

"Qual é a sua resposta à acusação de 'utopia' lançada especialmente por pré-milenistas?"

Infelizmente, no debate escatológico, o pos-milenismo[1] é a opção escatológica mais fácil para se mal interpretar. Isto é devido ao fato de sua mensagem ir contra as prevalecentes expectativas pessimistas dos outros pontos de vista sobre o milênio. A esperança para o nosso futuro histórico parece ser utopia para algumas pessoas. E como sabemos "utopia" vem do grego: uo ("não") e topos ("lugar") e significa, então, que o pos-milenismo seria utópico, ou seja, ele está fora da realidade.[2]

Infelizmente, pressupostos ocultos e defeituosos frequentemente mancham argumentos milenares, embora os críticos Evangélicos Reformados raramente estejam conscientes disso. A este respeito, devemos dissipar três erros comuns que infectam seu entendimento sobre o pós-milenismo. Ao rejeitar esses erros, você não irá se tornar um pós-milenista, mas vai trazê-lo de volta para considerar o que um pós-milenista realmente crê.

Primeiro, o pós-milenismo não ensina o universalismo. A esperança pós-milenista é de uma presença generalizada, culturalmente influente da verdadeira fé cristã. Nós acreditamos que um dia o cristianismo irá ser a regra e não a exceção à regra nos assuntos humanos. No entanto, não sustentamos que todos serão salvos em qualquer momento da história. O mundo sempre experimentará a presença de incrédulos. Mas, no futuro, a condição será que o joio estará em um campo de trigo. Tal entendimento pós-milenial não pode levar a qualquer utopia de uma sociedade ideal.

Em segundo lugar, o pós-milenista não acredita em perfeccionismo. Não só haverá sempre a presença de incrédulos sobre a terra - mesmo no auge do avanço histórico do reino -, mas o reino será sempre composto de pecadores. Estes com certeza serão os pecadores salvos pela graça. Mas, como em qualquer igreja evangélica boa, esses pecadores salvos nunca vão chegar a um estado de perfeição espiritual, enquanto estiverem na terra. Tal nível de santificação esperamos somente quando deixarmos estes corpos mortais, e entrarmos na presença de Deus. Quem diria que qualquer igreja local na terra é uma utopia? E, no entanto, ao mesmo tempo, quem não diz que prefere que o mundo seja mais como uma comunidade de igreja de crentes do que como as ruas de Detroit, à noite?

Em terceiro lugar, o pós-milenista nunca se satisfaz. Com isto queremos dizer que não preferimos somente o reino avançando na terra - até mesmo no seu auge! - para depois entrar na presença do nosso Senhor e morar com ele na eternidade. Temos um trabalho a fazer. A obra pela qual Deus nos chamou para fazer. Mas, mesmo assim, nunca tiraremos os olhos da glória e da ordem eterna e da completa liberdade interior do pecado que receberemos lá. Assim, nunca podemos estar totalmente satisfeitos com até mesmo os mais altos avanços na história. Assim, nós não preferimos o domínio terreno ao invés da Glória na consumação.

Se os críticos fizessem uma "verificação de vírus" para estes três erros latentes, poderíamos com mais precisão e frutuosamente centrar o debate.

Gostaria de salientar uma definição mais precisa do pós-milenismo para aqueles que fazem as acusações sobre utopia. Então nós poderíamos começar o debate sobre a questão. A definição de trabalho útil é encontrado na minha página "Definição" aqui no PostmillennialismToday.

Notas:

1. Pós-Milenismo - é aquela visão das últimas coisas que sustenta que o Reino de Deus
....está sendo agora estendido no mundo através da pregação do Evangelho e da obra
....salvadora do Espírito Santo; que o mundo será finalmente Cristianizado, e que o retorno de ....Cristo ocorrerá no término de um longo período de justiça e paz freqüentemente chamado ....o Milênio.

2. Utopia - 1 O que está fora da realidade, que nunca foi realizado no passado nem poderá ....vir a sê-lo no futuro. 2 Plano ou sonho irrealizável ou de realização num futuro imprevisível; ....ideal. 3 Fantasia, quimera. (dicionário on-line Michaelis)


Fonte: www.postmillennialismtoday.com

Tradução e adaptação textual
por César Francisco Raymundo

 

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Posições Sobre o Milênio



Vejamos brevemente as principais características da várias posições sobre o milênio.

PRÉ-MILENISMO 

O pré-milenismo ensina que, antes do retorno de Cristo, haverá um reino literal terreno de mil anos. Aqui, o prefixo pre indica a convicção de que Cristo retornará antes de o milênio ser estabelecido. Há duas formas populares de pré-milenismo hoje: pré-milenismo dispensacionalista e prémilenismo histórico. 

A teologia dispensacionalista é um sistema completo de doutrina. É mais notada por seu esquema específico de entender profecias da Bíblia. Os prémilenistas dispensacionalistas acreditam que as profecias do reino dadas a Israel no Antigo Testamento serão cumpridas literalmente no estado judaico contemporâneo. Eles esperam por uma reconstrução literal do templo e uma reinstituição do sistema de sacrifícios.

Fundamental à posição escatológica dos dispensacionalistas é a crença de que Deus tem dois planos de redenção separados, um para Israel e outro para a igreja. O dispensacionalismo pré-milenista tradicional ensina que Cristo ofereceu aos judeus o reino de Davi, mas os judeus o rejeitaram. Por isso, a vinda do reino de Davi, um reino judaico, foi postergada até algum tempo futuro. Eles também acreditam que a igreja, como a conhecemos, existe na “época da igreja”, um dos sete grandes períodos ou dispensações da história bíblica. A época da igreja é um parêntese entre o advento de Cristo e a vinda futura do reino. Os pré-milenistas dispensacionalistas acreditam que a igreja perderá sua influência no mundo e se tornará apóstata, à medida que se aproxima do final da época da igreja e só será restaurada depois do retorno de Cristo. Por fim, Cristo retornará para arrebatar seus santos antes da grande tribulação.

Este retorno de Cristo para arrebatar seus santos é visto como a primeira de suas duas vindas. Na sua primeira vinda, ele transportará seu povo para as nuvens, pelo que os livrará do sofrimento e da perseguição da tribulação. Depois, Cristo virá novamente para estabelecer seu reino. Ele administrará um reino judaico político, e esse reino durará por exatamente mil anos. Durante esse tempo, Satanás será preso, o templo será reconstruído, e o sistema de sacrifícios do Antigo Testamento será reinstituído. Perto do final do milênio, Satanás será solto, e Cristo e seus seguidores serão atacados em Jerusalém. Nesta altura, Cristo exercerá julgamento do céu, e seus inimigos serão destruídos; acontecerá o julgamento dos ímpios, e a ordem eterna final será iniciada.

Esta versão de pré-milenismo dispensacionalista, na qual a igreja é arrebatada antes da tribulação, é muito popular entre os evangélicos. Há outras versões que colocam o arrebatamento em outros tempos relacionados à tribulação, enquanto mantêm o restante do sistema como essencialmente o mesmo. No entanto, embora o arrebatamento antes da tribulação seja popular porque oferece aos cristãos esperança de evitarem a grande tribulação no fim da era, não acho na Escritura a menor evidência que o apoie.

O pré-milenismo histórico é um pouco diferente. Ensina que a igreja é a fase inicial do reino de Cristo, conforme profetizado pelos profetas do Antigo Testamento. A igreja tem vitórias ocasionais na história, mas, no final, falhará em sua missão. Perderá sua influência e se tornará corrupta, enquanto a impiedade mundial cresce à medida que se aproxima do final da era da igreja. A igreja passará por um tempo mundial de aflição conhecido como “a grande tribulação”, e isso marcará o fim da história como a conhecemos. No final da tribulação, Cristo retornará para arrebatar sua igreja, ressuscitar os santos e realizar o julgamento dos justos, tudo num piscar de olhos. Depois, Cristo descerá à terra com seus santos glorificados, travará a batalha de Armagedom, prenderá Satanás e estabelecerá um reino político de alcance mundial, em que Cristo reinará de Jerusalém por mil anos. No fim do milênio, Satanás será solto, e uma rebelião massiva contra o reino de Cristo acontecerá. Por fim, Deus intervirá com julgamento severo para livrar Jesus e os santos, e isso será seguido pela ressurreição e julgamento dos ímpios.

O AMILENISMO 

A posição amilenista, que sustenta alguns pontos em comum com ambas as posições pré-milenistas, acredita que a era da igreja é a era do reino profetizado no Antigo Testamento. A igreja do Novo Testamento se tornou o Israel de Deus. Os amilenistas creem que o aprisionamento de Satanás aconteceu durante o ministério terreno de Jesus; Satanás foi restringido, enquanto o evangelho era pregado ao mundo; e esta restrição continua até hoje. Visto que Cristo reina presentemente no coração dos crentes, a igreja tem certa influência na cultura em que vive, mas não transformará a cultura. À medida que nos aproximamos do fim, o mal crescerá rapidamente, resultando na grande tribulação e num anticristo pessoal. Cristo retornará para findar a história, ressuscitará e julgará todos os homens e estabelecerá a ordem eterna. Na eternidade, os redimidos podem estar no céu ou numa terra completamente renovada.

O PÓS-MILENISMO 

O pós-milenismo tem características distintivas. Primeira, sustenta que o reino messiânico de Cristo foi fundado na terra durante seu ministério terreno – a igreja é Israel. Segunda, o reino é essencialmente redentor e espiritual, em vez de político e físico. Terceira, o reino exercerá uma influência transformadora na história, uma crença que alguns têm qualificado como a característica mais distintiva da escatologia pós-milenista. É otimista quanto ao fato de que, com o passar do tempo, a igreja exercerá uma influência positiva e redentora na cultura e no mundo. Apesar de tempo de fraqueza e corrupção, a igreja triunfará finalmente sobre a impiedade deste mundo, e o reino se expandirá gradualmente na terra. Isto será realizado com o poder real de Cristo, mas sem a sua presença física na terra. Por fim, os pós-milenistas acreditam que a Grande Comissão será realizada com sucesso. O que distingue os pós-milenistas dos amilenistas e dos pré-milenistas é a crença de que a Escritura ensina o sucesso da Grande Comissão na era da igreja. 

Há diferenças entre os pós-milenistas, assim como há diferenças entre os defensores das outras posições. Há também um debate sobre um ponto de vista conhecido como preterismo, que ocorre nas formas de preterismo pleno e preterismo parcial.

PRETERISMO 

O preterismo parcial afirma que muitas das profecias do futuro se cumpriram no século I – principalmente os eventos relacionados à destruição de Jerusalém em 70 AD. A maioria dos preteristas parciais dizem que os primeiros vinte capítulos de Apocalipse já aconteceram, enquanto os dois últimos capítulos ainda têm de ser cumpridos. Preteristas parciais tendem a ser pós-milenistas em sua maneira de pensar, sustentando que o milênio (não mil anos literais) começou com o primeiro advento de Cristo. 

Por outro lado, o preterismo pleno ensina que todas as profecias referentes à vinda de Cristo – incluindo o milênio e o julgamento final – se cumpriram no século I. O preterismo pleno é considerado herege, visto que nega uma verdade essencial da Escritura: o retorno do Rei.

Independentemente da posição escatológica que sustentemos, devemos sustentá-la com humildade, porque não sabemos o futuro. Podemos todos olhar para trás, mas não sabemos a agenda de Deus para o que está por vir. Devemos ser humildes e reconhecer que nosso ponto de vista escatológico pode não ser exato. Ao mesmo tempo, muito do ensino doutrinário do Novo Testamento está relacionado a coisas futuras. Por isso, o modo como entendemos as promessas de Deus sobre o futuro tem um impacto dramático em nossa confiança pessoal e nosso envolvimento na missão que Cristo deu à igreja.


R. C. Sproul. Somos todos teólogos: uma introdução à teologia sistemática / [tradução: Francisco Wellington Ferreira]. – São José dos Campos, SP: Fiel, 2017. pg: 339-343

sábado, 29 de dezembro de 2018

A Primeira Ressurreição



“O restante dos mortos não voltou a viver até se completarem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. Felizes e santos os que participam da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles; serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante mil anos.” (Ap 20.5-6). 

O apóstolo João ensina que aqueles que reinam com Cristo ao longo do milênio experimentaram uma “primeira ressurreição”. O resto dos mortos não viveria até o término do milênio. Os pré-milenistas interpretam essa passagem como que ensinando duas ressurreições corporais distintas separadas por mil anos. Já percebemos, no entanto, que as passagens claras nos evangelhos e nas epístolas que tratam da ressurreição do corpo e do julgamento final contradizem a visão pré-milenista. Apocalipse 20 em si contradiz a interpretação pré-milenista. O aprisionamento de Satanás (vv. 2-3) se deu durante o primeiro advento de Cristo, e a descida de fogo do céu (v. 9) ocorre durante a segunda vinda. Assim, devemos deixar as Escrituras definirem o significado da primeira ressurreição. Se uma ressurreição física contradiz o ensino claro de todo o Novo Testamento, então João está plausivelmente se referindo a uma ressurreição espiritual. Quando examinamos as Escrituras para ver se de fato falam de uma ressurreição espiritual encontramos evidência abundante de que João definitivamente tem em mente algo que é de ordem espiritual. “Se podemos determinar pela Escritura no que consiste a primeira ressurreição, teremos dado um grande passo no entendimento de todo o capítulo. É a chave que destrancará a porta.” 

As duas ressurreições às quais se referiu João em Apocalipse 20 são idênticas àquelas ressurreições referidas por Cristo e registradas no próprio evangelho de João. Jesus nos diz que há duas ressurreições. A primeira refere-se à alma e é condicionada pelo ouvir e crer. A segunda diz respeito ao corpo e se refere à ressurreição no último dia. “Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida. Eu lhes afirmo que está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão” (Jo 5.24-25). “A primeira ressurreição não diz respeito ao corpo, se refere à alma. À medida que a palavra de Cristo é aceita por fé… a pessoa “tem a vida eterna” (sobre isso veja 1.4, 3.16) e passou da morte para a vida’; e o que seria isso senão a primeira ressurreição…” Jesus explica a segunda ressurreição nos versículos 28 e 29: “Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a Sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados.” “A segunda ressurreição é física por definição. Terá lugar no grande dia da consumação de todas as coisas.”

Deus advertiu Adão de que se ele comesse do fruto proibido certamente morreria. (Gn 2.17) Quando comeu do fruto, Adão morreu espiritualmente. Por Adão toda a raça humana padeceu e se tornou morta em “transgressões e pecados” (Ef 2.1). Paulo disse “Mas a que vive para os prazeres, ainda que esteja viva, está morta” (1Tm 5.6). Jesus se referiu aos descrentes como “os mortos”. “Deixe que os mortos sepultem os seus próprios mortos” (Mt 8.22; cf. Lc 9.60). “Uma vez que a primeira morte é primariamente a morte da alma humana, é a alma que precisa ser ressuscitada primeiro. Consequentemente devemos esperar encontrar no Novo Testamento referências à ressurreição da alma. Isso encontramos em abundância.” “Sabemos que passamos da morte para a vida se amarmos os nossos irmãos” (Jo 3.14). 

O apóstolo Paulo diz que os crentes são “ressuscitados” com Cristo: “quando estávamos mortos em transgressões, [Deus] nos tornou vivos com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Ef 2.5-6). A união dos crentes com Cristo em Sua morte e ressurreição é a base para a sua regeneração. Assim, quando Paulo discute o batismo (que é um sinal e selo da regeneração) estabelece relação entre a ressurreição da alma (regeneração) e a ressurreição de Jesus Cristo: “foram sepultados com Ele no batismo, e com ele foram ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos. Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões…” (Cl 2.12-13). “Antes dessa ressurreição final há outra, uma Primeira Ressurreição: a ressurreição de ‘Cristo, as primícias’. Ele levantou dos mortos e ressuscitou todos os crentes com Ele. Note: São João não está dizendo que o crente por si é ressuscitado, mas que tem parte na Primeira Ressurreição. Ele está partilhando a ressurreição de Outro – a Ressurreição do Senhor Jesus Cristo.” Assim a primeira ressurreição ocorre definitivamente na ressurreição de Cristo e então progressivamente ao longo do milênio, à medida que as pessoas são regeneradas e creem em Cristo. “Dessa maneira, a Primeira Ressurreição é espiritual e moral, é a nossa regeneração em Cristo e união com Deus, a nossa restauração em Sua imagem, a nossa participação na Sua ressurreição. Essa interpretação é confirmada pela descrição de São João daqueles participantes da Primeira Ressurreição – que corresponde plenamente a tudo o que em outro lugar ele nos fala acerca dos eleitos: Eles são abençoados (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 22.7, 14) e consagrados, i.e., santos (5.8; 8.3- 4; 11.18; 13.7, 10; 14.12; 16.6; 17.6; 18.20, 24; 19.8; 20.9; 21.2, 10); como Cristo prometeu plena fidelidade, a Segunda Morte (v. 14) não tem poder sobre eles (2.11); e são sacerdotes (1.6; 5.10) que reinam com Cristo (2.26-27; 3.21; 4.4; 11.15-16; 12.10).  Realmente, São João iniciou a sua profecia dizendo aos seus leitores que todos os cristãos são sacerdotes reais (1.6); e a mensagem consistente do Novo Testamento, como temos visto repetidamente, é que o povo de Deus está agora sentado com Cristo, reinando em Seu reino (Ef 1.20-22; 2.6; Cl 1.13; 1Pe 2.9). O maior erro na análise do milênio de Ap 20 é o fracasso em reconhecer que ele fala de realidades presentes da vida cristã… A Primeira Ressurreição está tomando lugar agora. Jesus Cristo está reinando agora (At 2.29-36; Ap 1.5). E isso inevitavelmente significa que o milênio também está tomando lugar agora.

Como percebido acima, quando João usa a expressão “a primeira ressurreição”, está fazendo uso de uma linguagem que cristãos familiarizados com as Escrituras vão automaticamente associar ao renascimento da alma na regeneração (e.g., “sendo vivificados”, “sendo levantados” e “passando da morte para a vida”). Essa interpretação está em completa harmonia com o Novo Testamento e com o contexto de Ap 20. Quem são aqueles que segundo João não precisam temer a segunda morte? São aqueles que nasceram de novo (isto é, os cristãos). “Note a semelhança de linguagem com o que João diz em Ap 20.6 que aqueles que têm parte na primeira ressurreição vão escapar da segunda morte. Que a segunda morte é espiritual ao invés de física é evidente a partir do fato que aqueles lançados no lago de fogo – que é a segunda morte (Ap 20.24) – sofrem tormento eterno. É incoerente João ter dito que uma ressurreição física previne de uma punição espiritual. Ambos são espirituais, a primeira ressurreição e a segunda morte.” “Felizes e santos os que participam da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles” (Ap 20.6). 


Brian Schwertley. A Ilusão PréMilenista/ O Quiliasmo analisado à luz da Escritura. pg:24-27
Tradução: Marcelo Herberts