google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Escatologia Reformada : janeiro 2021

sábado, 23 de janeiro de 2021

Os Últimos Dias



Segundo os preteristas, os últimos dias se referem ao tempo entre o advento de João Batista e a destruição de Jerusalém.

A proximidade dos últimos dias para os apóstolos 

Os evangelhos 

Mt. 10.23 Não acabarei [os doze] de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem. 

Mt. 26.64 Vereis [o sumo sacerdote] o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. 

As cartas de Paulo 

Rm. 13.11,12 Já é hora de vos despertardes do sono (…) 

Vai alta a noite, e vem chegando o dia. 

1Co. 7.31 A aparência deste mundo passa. 

1Co. 10.11 Os fins dos séculos tem chegado. 

Fp. 4.5 Perto está o Senhor. 

Cartas gerais 

Tiago 5.8,9 A vinda do Senhor está próxima (…) Eis que o juiz está às portas. 

1Pedro 4.7 O fim de todas as coisas está próximo. 
1João 2.18 Já é a última hora (…) conhecemos que é a última hora.

O livro de Apocalipse 

1.1 Revelação de Jesus Cristo (…) [mostra] as coisas que em breve devem acontecer. 

1.3 O tempo está próximo. 

3.11 Venho sem demora. 

22.6,7 O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer. 
22.10 O tempo está próximo. 
22.12 E eis que venho sem demora. 
22.20 Certamente, venho sem demora. 

Esse “eschaton” não se refere a um tempo em um futuro distante, mas a um tempo iminente. Gary DeMar resume as passagens relevantes do Novo Testamento que enfatizam a extrema proximidade dos eventos previstos: 

Algum evento cateclísmo pairava no horizonte, e a igreja do primeiro século estava sendo advertida a se preparar para isso. Não há como esconder essa linguagem e a conclusão final de que muitos dos versículos nos quais se acreditam que ainda estão por cumpri já se cumpriram… 

1. “Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo. Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem” (Mt. 10.22,23, grifo nosso). 

2. “Respondeu-lhe [ao sumo sacerdote] Jesus: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (Mt. 26.64, grifo nosso). 

3. “E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos” (Rm. 13.11). 

4. “Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz” (Rm. 13.12, grifo nosso).  

5. “Porque a aparência deste mundo passa” (1Co. 7.31, grifo nosso). 

6. “Estas coisas lhes [a Israel] sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado” (1Co. 10.11, grifo nosso). 

7. “Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor” (Fp. 4.5, grifo nosso). 

8. “Ora, o fim de todas as coisas está próximo; sede, portanto, criteriosos e sóbrios a bem das vossas orações” (1Pe. 4.7, grifo nosso). 

9. “Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima. Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados. Eis que o juiz está às portas” (Tg. 5.8,9, grifo nosso). 

10. “Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora” (1Jo. 2.18, grifo nosso). 

11. “Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer (…)” (Ap. 1.1, grifo nosso). 

12. “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo” (Ap. 1.3, grifo nosso). 

13. “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap. 3.11, grifo nosso). 

14. “Disse-me ainda: Estas palavras são fiéis e verdadeiras. O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas, enviou seu anjo para mostrar aos seus servos as coisas que em breve devem acontecer” (Ap. 22.6, grifo nosso). 

15. “Eis que venho sem demora. Bem-aventurado aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Ap. 22.7, grifo nosso). 

16. “Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo” (Ap. 22.10, grifo nosso). Compare este versículo com Daniel 12.24, onde lhe é ordenado “sela o livro, até ao tempo do fim”. 

17. “E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras” (Ap. 22.12, grifo nosso, cf. Mt. 16.27). 

18. “Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora. Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap. 22.20, grifo nosso). 

Essas passagens e muitas outras como essas nos dizem que um evento escatológico importante estava para acontecer durante a vida daqueles que ouviram e leram as profecias. 

As passagens relacionadas por DeMar estão entre aquelas que levaram estudiosos altamente críticos a se tornam céticos quanto ao Novo Testamento e a verem no Novo Testamento tentativas de ajustar a narrativa ao relato de profecias não cumpridas e ao adiantamento da parúsia. Quando essas passagens estão agrupadas como fez DeMar, sugerem fortemente um cumprimento em um tempo próximo. Algumas delas podem ser mais facilmente manipuladas do que outras. Por exemplo, a passagem número 2 (Mt. 26.64), que atribui as palavras de Jesus a Pôncio Pilatos, deve se referir a um futuro indefinido. O fato de Pilatos “ver” a vinda de Cristo “desde agora” não exige que haja um cumprimento no 1° século. 

Uma das passagens mais importantes citadas acima, entretanto, é a de número 6 (1Co. 10.11). Nela são mencionados “os fins dos séculos” que sobrevieram aos judeus. Esse texto apoia a tese de que “a consumação do século” significa “o fim da era judaica”. Russel enfatiza grandemente esse texto: 

As expressões “os fins dos séculos” [ta tele ton aionos] são equivalentes à “consumação do século” [e sunteleia tou aionos] e a “o fim” [to telos]. Todas se referem ao mesmo período, a saber, ao término da era judaica, ou dispensação, que estava próximo (…) 

Algumas vezes, diz-se que todo o período compreendido entre a encarnação e o fim do mundo é considerado no Novo Testamento como “a consumação do século”. Porém, tal afirmação, logo de início, produz uma incongruência flagrante. Como poderia o fim de um período ter uma duração tão longa e prolongada? E principalmente, como poderia ser mais longo do que o período do qual é o fim? Já se passou mais tempo desde a encarnação de Cristo do que desde o anúncio da lei da primeira vinda de Cristo: assim, baseado nessa hipótese, a consumação do século é bem mais longa do que o próprio século. 


Fonte: Os Últimos Dias Segundo Jesus, R. C. Sproul, Cultura Cristã, pp. 72-76. 

 

domingo, 17 de janeiro de 2021

Proposições sobre o Israel de Deus



Proposição n.º 1
A igreja de Jesus Cristo, abrangendo os eleitos de Deus de ascendência tanto judaica quanto cristã, é uma parte do Reino messiânico de Cristo, embora não esgote as dimensões desse Reino.

Proposição n.º 2
O Estado judaico moderno não faz parte do Reino messiânico de Jesus Cristo. Embora se possa afirmar que esse governo civil, em especial, surgiu sob a soberania do Deus da Bíblia, seria uma negação da afirmação de Jesus de que seu Reino "não é deste mundo" (Jo 18:36) afirmar que esse governo faz parte de seu Reino messiânico.

Proposição n.º 3
Não se pode definir, por meio das Escrituras, que o nascimento do Estado moderno de Israel seja um precursor profético da conversão maciça do povo judeu.

Proposição n.º 4
A terra da Bíblia foi usada num papel tipológico como modelo de realização consumada dos propósitos de Deus para seu povo redimido que abrange a totalidade do cosmos. Por causa do âmbito naturalmente limitado da terra da Bíblia, não se considera que ela tenha uma importância contínua no plano da redenção que não seja sua função de modelo de ensino.

Proposição n.º 5
Mais do que entender as predições sobre o "retorno" de "Israel" à "terra" como um restabelecimento geopolítico do Estado de Israel, uma interpretação melhor dessas profecias mostra que elas encontram seu cumprimento consumado na "restauração de todas as coisas" que acompanharão a ressurreição dos crentes no retorno de Cristo (At 3:21; Rm 8:22,23).

Proposição n.º 6
Nenhum sacerdócio restabelecido e nenhum sistema sacrificial reinstituído jamais serão introduzidos a fim de proporcionar um suplemento apropriado ao sacerdócio atualmente estabelecido de Jesus Cristo e a seu sacrifício final.

Proposição n.º 7
Nenhuma prática de adoração que coloque os crentes judeus numa categoria diferente dos crentes gentios pode ser considerada uma forma legítima de adoração entre o povo redimido de Deus.

Proposição n.º 8
O futuro Reino messiânico deve incluir como cidadãos de igual importância crentes tanto judeus quanto gentios, inclusive ao ser incorporados igualmente na manifestação presente do Reino de Cristo.

Proposição n.º 9
A futura manifestação do Reino messiânico de Cristo não pode incluir um aspecto particularmente judeu que distinga as pessoas e as práticas dos crentes judeus das de seus irmãos gentios.

Proposição n.º 10
O futuro Reino messiânico abrangerá igualmente a totalidade do cosmos recém-criado e não experimentará uma manifestação especial de qualquer natureza na região da "terra prometida".

Proposição n.º 11
Os crentes gentios devem diligentemente buscar uma comunhão eclesiástica unificada com os crentes judeus, regozijando-se quando estes forem enxertados em Cristo e, em consequência, trouxer uma imensa bênção ao mundo.

Proposição n.º 12
Os crentes judeus devem diligentemente buscar uma comunhão eclesiástica unificada com os crentes gentios, regozijando-se com o propósito de Deus de trazer mais judeus para a fé em Jesus como seu Messias, provocando neles o ciúme pela bênção dos crentes gentios.

Fonte: amilenismo.com 
 

sábado, 9 de janeiro de 2021

Esta Geração ou Esta Raça?



Vários modelos interpretativos são oferecidos para evitar a inescapável conclusão que “esta geração” de Mateus 24:34 refere-se à geração a quem Jesus estava falando. Traduzir “esta geração” como “esta raça judia” tem sido uma interpretação popular por muitos anos. Adam Clarke,2 em seu comentário sobre Mateus, publicado primeiramente em 1810 como parte de uma grande obra sobre toda a Bíblia, toma a posição de que a palavra grega para “geração” (genea) deveria ser traduzida como “raça”. Ele não oferece nenhum suporte exegético para sua opinião. Nenhuma referência cruzada é listada. Mesmo assim, Clarke ainda mantém que todos os eventos profetizados por Jesus em Mateus 24 foram cumpridos nos eventos que culminaram e incluíram a destruição de Jerusalém em 70 d.C. 

Este capítulo contém uma predição da destruição absoluta da cidade e do templo de Jerusalém, e a subversão de toda a constituição política dos judeus; e é uma das porções mais valiosas das Escrituras da nova aliança, no que diz respeito à evidência que fornece da verdade do Cristianismo. Tudo o que o nosso Senhor predisse que deveria acontecer com o templo, a cidade e o povo dos judeus, foi cumprido da maneira mais correta e surpreendente…

“Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.” (Mateus 24:34) 

Com este versículo somos trazidos a um círculo fechado. De uma maneira direta, Jesus deixa claro que todos os eventos delineados nos versículos precedentes seriam cumpridos antes que essa geração do primeiro século passasse. 

O Salvador expressou essas palavras em conexão com a profecia quanto ao sofrimento do povo judeu e a destruição de Jerusalém. Suas palavras significam que, antes que a geração então viva morresse, essas coisas ocorreriam. E isso foi exatamente o que aconteceu. Perto do fim de 70 d.C. (isto é, uns quarenta anos após Jesus expressar essas palavras), tudo predito por ele nos versículos 10-24 [de Lucas 21] em conexão com os eventos antes e durante a destruição de Jerusalém já tinha sido cumprido – o templo foi destruído até a última pedra, toda a Jerusalém estava em ruínas, o povo judeu foi assassinado às centenas de milhares… e levado em cativeiro.

Mateus 24:34 é, nas palavras de J. Marcellus Kik, “a chave para Mateus 24.” O relato do Sermão do Monte das Oliveiras por Lucas confirma que a geração que Jesus tinha em mente era a geração a quem ele estava falando: “Estejam sempre atentos e orem para que vocês possam escapar de tudo o que está para acontecer, e estar em pé diante do Filho do homem” (Lucas 21:36, NVI). Uma vez que determinamos o significado de “vocês”, podemos resolver o significado “desta geração”. Claramente, Lucas 21:36 refere-se àqueles a quem Jesus falou, o mesmo grupo ao qual Jesus mandou estar “sempre alerta” e orar. Jesus confirmou a proximidade do cumprimento dos eventos ao dizer aos seus ouvintes que o cataclisma estava “para acontecer”. Sem um entendimento correto do elemento tempo no texto, os videntes proféticos sempre acharão em Mateus 24 um campo fértil para especulação maluca. 

Geração como “Raça” 


Uma forma de eliminar o problema quanto ao tempo é traduzir a palavra grega genea como “raça”, ao invés de geração. Escritores contemporâneos que traduzem genea como “raça” invariavelmente apóiam sua visão alegando que os eventos descritos em Mateus 24 não foram cumpridos em 70 d.C. Arno C. Gaebelein escreve: “O versículo 34 tem sido uma dificuldade para muitos. A palavra geração não significa o povo que estava então vivo; ela tem o significado de ‘esta raça’. A raça judia não poderia desaparecer até que todas essas coisas fossem cumpridas.”6 Numa nota de rodapé sobre “esta raça”, Gaebelein escreve: “Assim como em 1 Pedro 2:9, ‘uma geração eleita’, isto é, classe de pessoas.” Uma comparação do grego em 1 Pedro 2:9 mostrará que genos (raça) é usado, não genea (geração). Pedro fala de uma “raça” eleita, não de uma “geração” eleita. 

Existem ainda alguns comentaristas que afirmam que genea deveria ser traduzido como “raça”, mas oferecem pouca ou nenhuma evidência exegética para apoiar sua alegação. J. Dwight Pentecost, um pré-milenista dispensacionalista, chama a tradução de genea como “raça” de a “melhor explicação” sem oferecer qualquer defesa exegética.8 William Hendriksen, um amilenista, apresenta um fraco argumento exegético para genea ser traduzida como “raça”. O erro mais sério do método de Hendriksen é que ele não compara o uso de genea em Mateus 24:34 com como genea é usada em outros lugares no próprio evangelho de Mateus.

Traduzir “esta geração” como “esta raça de pessoas” ganhou popularidade através das notas da Bíblia de Referência Scofield. A Nova Bíblia de Referência Scofield (1967), retém uma versão modificada da nota da primeira edição. Visto que milhões de estudantes da Bíblia têm usado as notas da Scofield em seu estudo da Bíblia, é necessário que façamos um estudo completo da posição. 

Seguindo a linha de Scofield, o texto deveria ser lido assim: a “nação ou família de Israel será preservada ‘até que todas estas coisas se cumpram’.” Para Scofield, a palavra grega genea tem a “definição primária” de “raça, tipo, família, descendência, linhagem.” Se essa é a tradução e interpretação apropriada, Mateus 24:34 seria o único lugar na Bíblia onde genea tem esse significado. Para apoiar sua posição, Scofield alega que todos os léxicos gregos concordam que genea significa “raça”. Scofield escreve: 

A palavra grega genea, traduzida como “geração”, significa primariamente (como de fato a palavra inglesa) “raça, tipo, família, descendência, linhagem” (Webster); “Uma era, raça ou geração de homens” (Greenfield); “Homens da mesma descendência, uma família” (Thayer). Portanto, interpretar assim a passagem é simplesmente dar a ela o seu significado natural não forçado.

 

Nem todos os léxicos concordam! Scofield lista o Greek-English Lexicon of the New Testament de Thayer como uma autoridade para apoiar sua alegação de que genea em Mateus 24:34 deveria ser traduzida como “raça”. Thayer, contrário a Scofield, apresenta a seguinte definição de genea: “a multidão inteira de homens vivendo ao mesmo tempo: Mt. xxiv.34; Mc. xiii.30; Lucas i.48.”11 Thayer cita Mateus 24:34 e Marcos 13:30 em suporte de traduzir genea como “geração”. Thayer não aplica a tradução “raça” a Mateus 24:34. Uma pesquisa em outros léxicos e dicionários teológicos mostrará que genea é traduzida como “geração” – “aqueles vivendo ao mesmo tempo” – e não “raça”. 
  • “Essa geração deve ser entendida temporalmente.” · 
  • “Em Mateus ela tem o significado de esta geração, e de acordo com o primeiro evangelista, Jesus esperava o fim desta era… ocorrer em conexão com o julgamento sobre Jerusalém no fim daquela primeira geração (veja Mc. 9:1 e Mt. 16:18).” 
  • “Geração’ é a tradução mais provável de genea.” 
“O significado nação é advogado por alguns em Mateus 24:34; Mc. 13:30; Lc. 21:23; mas veja também 2.2. basicamente, a soma total daqueles nascidos no mesmo tempo, expandido para incluir todos aqueles vivos num determinado tempo, geração, contemporâneos.”15 Nesse léxico, o mais amplamente usado hoje, Mateus 24:34 é empregado como uma referência em suporte de traduzir genea como “geração”, e não “raça”.  

A palavra grega genos, ao contrário de genea, é melhor traduzida como “raça” (veja Marcos 7:26; Atos 4:36; 7:19; 13:26; 17:28; 18:24; 2Co. 11:26; Gl. 1:14; Fp. 3:5; 1 Pedro 2:9). “Parece improvável que todos os três evangelistas teriam falhado em usar esta palavra se essa era a ideia que queriam transmitir.”

Mesmo após considerar toda essa evidência contrária, alguns ainda alegam que genea deveria ser traduzida como “raça”. Por exemplo, Atos 2:40 é oferecido como suporte: “E com muitas outras palavras, ele [Pedro] solenemente testificou e continuou exortando-os, dizendo, ‘salvai-vos desta geração perversa!’”. Pedro, um judeu, está dizendo aos seus companheiros udeus para se achegaram a Cristo porque é “esta geração”, a geração da qual ele é parte, que encontrará a ira de Deus quando o tempo e a cidade forem destruídas. Por que Pedro, um judeu, chamaria sua própria raça de “perversa”? Não há nada perverso sobre os judeus como uma raça de pessoas. Pedro permaneceu um judeu étnico após se tornar um cristão. Como Mateus 24:22 e 24 declaram, somente os eleitos – a maioria dos quais eram judeus – seriam salvos da tribulação que ocorreria antes da sua geração passar.

Hebreus 3:10 é algumas vezes usado em suporte de traduzir genea como “raça”, mas na realidade refere-se à simples geração de judeus que peregrinou no deserto por quarenta anos: “Onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos. Por isso, me indignei contra essa geração…” Esse versículo se encaixa muito bem como genea sendo traduzida como “geração”, ao invés de “raça”, especialmente à luz do fato que uma geração tem quarenta anos, a quantia de tempo que transcorreu entre o Sermão do Monte das Oliveiras em 30 d.C. e a destruição de Jerusalém em 70 d.C. 

Quase todas as traduções da Bíblia traduzem genea como “geração”. A versão King James, American Standard (1901), New English Bible, Revised Standard, New King James, New Berkeley Version, Bíblia de Jerusalém, New Internacional,17 e a New American Standar traduzem genea como geração. Se genea deveria ser traduzida como “raça”, então por que os tradutores não a traduzem como “raça”? Até mesmo Hal Lindsey admite que genea não deveria ser traduzida como “raça”. 

ETERNITY: Você não acha que o termo significa simplesmente a raça do povo? 

LINDSEY: Não, pois o contexto não está falando sobre uma raça, mas sobre tempo. O contexto, e eu já debati isso com muitas pessoas, incluindo Earl Radmacher, está lidando com um tempo geral ou ele não teria nenhum significado. Somente o terceiro significado da palavra no léxico grego é “raça”. Esse é um uso muito incomum dessa palavra.

 

Geração não significa “raça” no inglês [nem no português!], como Scofield insiste. O American Dictionary of the English Language de 1828, de Noah Webster, define “geração” como “uma simples sucessão na descendência natural, como os filhos dos mesmos pais; por conseguinte, uma era. Assim, dizemos a terceira, a quarta, a décima geração. Gênesis xv.16. As pessoas do mesmo período, ou vivendo ao mesmo tempo: ‘Ó geração incrédula e perversa.’ Lucas ix.” Noah Webster lista “raça” como o sexto significado possível. O The Shorter Oxford English Dictionary (edição de 1968) lista “raça” como o último significado possível. O uso contemporâneo também milita contra usar “geração” como um sinônimo para raça. Quando falamos de um “generation gap”,19 não queremos dizer um hiato entre raças. Uma “generation gap” é um intervalo de tempo que existe entre dois grupos de pessoas que viveram em eras diferentes. A palavra grega genea, em seu “significado natural não forçado”, quando se comparando Escritura com Escritura, significa “geração”. E no caso de Mateus 24:34, a geração a quem Jesus estava falando. Isso significa que a profecia entregue por Jesus sobre o Monte das Oliveiras é agora história. 


Fonte: Last Day Madness, Gary DeMar, p. 183-188. 

Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto