google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Escatologia Reformada : fevereiro 2019

terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

A Autoridade e a Cronologia da Besta



A AUTORIDADE DA BESTA

Agora, saímos dos indicadores temporais e geográficos para os políticos. A figura que João faz da autoridade da besta se encaixa bem na identidade romana. João não apenas vê a besta com muitos diademas e a visualiza com armas poderosas, mas nota em especial que Satanás lhe concede “grande autoridade”:

Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia. A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade. (Ap 13.1,2.

João destaca seu grande poder político pela imagem dos “dez chifres” com “dez diademas”. Na antiguidade, chifres animais simbolizavam autoridade política e força militar:

Deus tirou do Egito a Israel, cujas forças [chifres] são como as do boi selvagem; consumirá as nações, seus inimigos, e quebrará seus ossos, e, com as suas setas, os atravessará (Nm 24.8).

Ele tem a imponência do primogênito do seu touro, e as suas pontas são como as de um boi selvagem; com elas rechaçará todos os povos até às extremidades da terra. Tais, pois, as miríades de Efraim, e tais, os milhares de Manassés (Dt 33.17). Visto que, com o lado e com o ombro, dais empurrões e, com os chifres, impelis as fracas até as espalhardes fora (Ez 34.21). Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e eis aqui o quarto animal, terrível, espantoso e sobremodo forte, o qual tinha grandes dentes de ferro; ele devorava, e fazia em pedaços, e pisava aos pés o que sobejava; era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres.(Dn 7.7). As pessoas na visão que olham a besta estão perplexas pelo seu poder: “Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?” (Ap 13.4b).

De fato, Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação (Ap 13.7). Todos nós estamos cientes do domínio e do poder de Roma no século I. Josefo fala dos romanos como “os senhores da terra habitável” (War 4.3.10), “os governantes do mundo inteiro” (Ant. 15.11.1). Ele chama Roma de “a maior de todas as cidades” (War 4.11.5). Fílon, um filósofo judeu do século I, fala do imperador de Roma “assumindo a soberania sobre tudo” (Embassy 8). Ele até escreveu a respeito da “soberania [de Roma] sobre as porções mais numerosas, valiosas e importantes do mundo habitável, o que, na verdade, alguém poderia com correção chamar de todo o mundo” (Embassy 10). A evidência a favor de Roma está aumentando.

A CRONOLOGIA DA BESTA 

O anjo intérprete de João apresenta ainda mais evidências nessa direção. Após afirmar que as sete cabeças representam sete montanhas, acrescenta que elas também representam sete reis: 

Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis, dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco (Ap 17.9,10).

Isso se torna muito útil em identificar o imperador particular que governava Roma quando João escreveu.

Agora, o anjo associa a série de sete reis a esse império famoso. Revela-se, então, que os cinco reis caídos representam os primeiros cinco imperadores de Roma: Júlio, Augusto, Tibério, Calígula e Cláudio (para a sua enumeração, consulte Lives of the Twelve Caesars, do biógrafo Suetônio do séc. II). Eles já estavam mortos quando João escreveu; portanto, já “caíram”. O sexto rei está reinando no momento, pois “um existe”. Esse é Nero César. O anjo então explica para João sobre o sétimo rei: ele “ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco”. O sétimo imperador de Roma foi Galba, que reinou de junho de 68 a janeiro de 69 — apenas seis meses, o imperador de reinado mais curto até essa época (o reinado de Nero durou mais de treze anos).

Assim, não só a besta retrata o Império Romano em sentido corporativo, mas, de forma específica, Nero, o sexto imperador. E Nero não foi apenas o primeiro imperador a perseguir a igreja cristã, mas também a autoridade que comissionou o general romano Vespasiano a atacar e destruir Jerusalém (Josefo, War, 3.1.2). Ele se encaixa no drama e no tema de Apocalipse com perfeição. Todavia, existem mais evidências!


Kenneth L. Gentry Jr. Apocalipse para leigos — você pode entender a profecia bíblica —. pg:90-94 

sábado, 2 de fevereiro de 2019

O Tempo e a Localização da Besta



O TEMPO DA BESTA

Ao identificar a besta, é essencial que os indicadores temporais de João sejam levados em consideração. Como ressaltei no capítulo 1, João sem dúvida espera o cumprimento de suas profecias no tempo de sua própria vida. Ele escreveu a um público contemporâneo sobre o que “Deus mostrou aos seus servos”. Ele não escreveu algo para uma cápsula de tempo a ser aberta depois. E ele declarou em tom dogmático que os acontecimentos contidos no que ele lhes “comunicou” “devem acontecer em breve”.

Considerando as circunstâncias do século I, João não espera que cada membro das sete igrejas mantenha uma cópia do Apocalipse. Em vez disso, ele os conclama a ouvir com atenção àquele que publicamente lê para eles (cp. Cl 4.16; 1Ts 5.27). De fato, ele propõe uma bênção para os que leem, ouvem e guardam suas profecias — “pois o tempo está próximo” (Ap 1.3). Como consequência, a besta deve ser uma figura do século I.

Essa observação temporal, sozinha, não prova que a besta é Nero ou o Império Romano. Mas ela elimina 100% das suposições modernas pelos “especialistas em profecia” populares. Veremos as várias linhas de evidências que apontam para essa direção.

A LOCALIZAÇÃO DA BESTA

O segundo passo para identificar a besta consiste em determinar sua localização geográfica. A besta aparece primeiro em Apocalipse 13, mas, quando ela se alia à grande meretriz, João fica confuso.

O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher. (Ap 17.7)

Na interpretação do anjo, aprendemos que as sete cabeças da besta concedem uma pista sobre sua identidade: 

Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. (Ap 17.9)

Todos concordam que João escreveu o Apocalipse em algum momento no século I. Isso encerra a identidade geográfica da besta como a famosa “cidade em sete colinas” , Roma. 

João sublinha essa pista para nós ao observar que, ao surgir a besta pela primeira vez, ela aparece no mar: 

Vi emergir do mar uma besta. (Ap 13.1a) 

Como sabemos que João escreveu sobre a destruição do templo em Israel, a besta, nós suporíamos, surgiria do mar em um ponto de observação de Israel. Roma fica a noroeste de Israel atravessando o mar Mediterrâneo. Por exemplo, Paulo viaja de Israel a Roma cruzando o mar Mediterrâneo: quando ele está no tribunal em Israel, apela a César em Roma (At 25.11,21; 26.32).

Então, Agripa se dirigiu a Festo e disse: Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César. Quando foi decidido que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião chamado Júlio, da Coorte Imperial. (At 26.32—27.1)

Ele navegou “costeando a Ásia” (27.2) até Chipre (27.4), Creta (27.7), Malta (28.1), e então para a Itália, parando em Régio (28.13a) e Putéoli (28.13b), antes de prosseguir os últimos quilômetros por terra até Roma (28.14).

A limitação temporal e as alusões geográficas apontam para Roma como a besta corporativa. No entanto, há mais.


 Kenneth L. Gentry Jr.  Apocalipse para leigos — você pode entender a profecia bíblica —. pg: 86 - 89