google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Escatologia Reformada : agosto 2020

domingo, 30 de agosto de 2020

Arrebatamento e Ressurreição



O significado da esperança para uma pessoa, a função da visão para o seu estilo de vida, a necessidade crítica de cálculo exato e planejamento sábio, e as ramificações éticas das expectativas históricas de alguém têm sido repetidamente enfatizadas e ilustradas na futurologia (o estudo do futuro) que se tornou firmemente arraigada no pensamento moderno, da psicologia e moralidade à economia e sociologia. O espírito da nossa época tomou um rumo escatológico. Contrapartes seculares ao apocalipticismo e várias perspectivas milenaristas podem ser descobertas, e reproduções teológicas ao utopianismo humanista e engenharia política são da mesma forma encontradas. Sua visão do futuro, quer origine-se da revelação ou extrapolação, não é uma questão indiferente ou irrelevante; sua atitude para com a história não é simplesmente especulação fútil. Idéias têm conseqüências! 

Num artigo anterior (“Future and Folly”)2 discuti o que certos teólogos radicais têm dito sobre o futuro, como eles o divinizaram e politizaram. Para eles a escatologia se tornou uma esperança humanista – uma esperança possível somente negando-se a transcendência de Deus sobre o tempo e removendo o conteúdo de Sua palavra com suposições alienadas e antagônicas. Uma visão afirmativa da história para eles procede de uma visão negativa da Escritura. 

Por outro lado, existem teólogos que tomam uma visão negativa da história e alegam que isso procede de uma visão positiva da Escritura. De acordo com essa perspectiva, a esperança cristã reside não nos ganhos positivos a serem desenvolvidos na história, mas antes em seu escape do clímax de uma tendência firmemente degeneradora na história. Isto é, à medida que as coisas ficam piores e piores em termos de condições mundiais e respostas ao evangelho, o crente pode aguardar o seu “arrebatamento secreto” do mundo antes da grande tribulação, para a qual a história está se movendo. Supõe-se que todos os crentes genuínos, juntamente com os mortos em Cristo, serão tomados da Terra para estarem com o Salvador durante os poucos anos restantes da presente época histórica. O período de tribulação sobre a Terra terminará com o retorno de Cristo; seguindo Sua segunda vinda haverá um longo período de tempo (o milênio) que terminará com a ressurreição dos ímpios no julgamento final deles.

Obviamente, qualquer cristão que ame ao Senhor não desprezará Sua palavra revelada como fazem os teólogos radicais. O crente deseja ver a história (incluindo o futuro) através das lentes da verdade bíblica. Qual deveria ser sua perspectiva então? Ele não pode ser indiferente para com o futuro; assim, o que ele deverá pensar e fazer com respeito a isso? A escolha é entre uma esperança secularizada na política humana e uma esperança retrocessiva no arrebatamento? Repudiando a teologia radical, o cristão é forçado pela palavra a Deus a antecipar o arrebatamento secreto um pouco antes do fim dessa era? Não penso assim, e pela simples razão que a Escritura não ensina que o arrebatamento dos crentes será secreto ou separado por um período de tempo significativo a partir do término da presente época.

Quando os santos serão arrebatados da Terra para encontrar ao seu Senhor? Quando os crentes serão “arrebatados… nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares”, para estar com ele para sempre (1Ts. 4:17)? A passagem citada deixa claro que o arrebatamento coincide com (1) a ressurreição dos santos (vv. 13-16, e “juntamente com eles” no v. 17), e (2) a vinda do Senhor do céu (v. 16). A Escritura em outro lugar esclarece quando esses dois eventos ocorrerão. 

Primeiro, a ressurreição dos santos ocorrerá na vinda de Cristo, a qual trará o fim (1Co. 15:23-24). Cristo declara que ele nos ressuscitará no último dia (João 6:39-40, 44, 54). Além do mais, os santos e os ímpios existirão na Terra até o dia “da colheita” do julgamento de Deus sobre o “joio” (Mt. 13:24-30); os redimidos e os ímpios não serão separados até a consumação dos séculos (Mt. 13:47-50).3 Portanto, a ressurreição dos santos deve coincidir com a ressurreição dos ímpios (uma seguindo logo após a outra); quando os crentes saírem para a ressurreição da vida, naquele tempo todos nos túmulos também sairão, incluindo os ímpios que forem ressuscitados para o julgamento (João 5:26-29). Vemos, então, que não existe nenhum intervalo significante entre o arrebatamento dos santos, a ressurreição dos mortos em Cristo, a ressurreição e julgamento dos ímpios, e o fim desta era. 

Em segundo lugar, a vinda do Senhor mencionada em 1Ts. 4:16 é também chamada de o “dia do nosso Senhor Jesus Cristo”, quando os santos serão encontrados irreprensíveis; esse dia coincide com o fim (1Co. 1:7-8). Além do mais, a vinda do Senhor mencionada em 1Ts. 4:15 trará a glorificação dos santos (cf. Rm. 8:17, 23; 1Co. 15:43; Fp. 3:21; 1Jo. 3:2). Paulo une o retorno de Cristo e a glorificação dos santos em 2Ts. 1:7-10; ele deixa bem claro ali que esses dois eventos serão acompanhados pelo julgamento dos ímpios. Isso confirma o que lemos em outro lugar, a saber, que quando Cristo estabelecer seu tribunal de julgamento eterno, toda a humanidade, incluindo as ovelhas e os bodes (isto é, os redimidos e os réprobos), será julgada (Mt. 25:31-34, 41, 46). Vemos, então, que não existe nenhum intervalo significante entre o arrebatamento dos santos, a vinda do Senhor, a glorificação dos santos, o julgamento geral da humanidade (incluindo os ímpios), e o fim desta era. 

Devemos concluir a partir da palavra de Deus que o arrebatamento não ocorrerá antes do último dia da história, que ele não deixará para trás o mundo dos ímpios, e que não será separado da ressurreição e julgamento dos ímpios. O arrebatamento pré-tribulacional sete (ou três e meio) anos antes do retorno do Senhor é contrário ao ensino da Bíblia. Além disso, deve ser notado que o arrebatamento dos santos será tudo menos um evento secreto; será acompahado com o alarido de Cristo, a voz de arcanjo, e a trombeta de Deus (1Ts. 4:16-17). Ninguém perderá isso. 

Consequentemente, o cristão não é forçado a escolher entre uma afirmação humanista da história e um recuo bíblico da história. Sua perspectiva sobre a história e sua esperança nela não deve ser encontrada na divinização da política nem no arrebatamento. Uma visão positiva da Escritura e da história andam de mão dadas. Antes da ressurreição dos santos (isto é, a derrota do último inimigo, a morte) Cristo deve reinar até que coloque cada um dos inimigos sob os seus pés (1Co. 15:25-26). Teólogos radicais, bem como dispensacionalistas falham em ver que na história antes da parousia, os reinos do mundo se tornarão o reino do nosso Senhor e do Seu Cristo (Ap. 11:15). Essa visão e esperança de fato têm consequências! 


Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto
Fonte: http://www.cmfnow.com/   

 

sábado, 22 de agosto de 2020

O Templo Judaico - Será que vai ser Reconstruído?




Entre os elementos evangélicos e fundamental do cristianismo moderno, parece haver uma paixão estranha com tudo o que é considerado "judeu". Há atualmente uma forte ênfase a ser colocada sobre a Torá judaica, tradições judaicas, a história judaica, xales de oração judeu, símbolos judaicos, músicas judaicas, direitos dos judeus, a terra judaica e o povo judeu. Durante os últimos 40 anos em nossas igrejas não vem ocorrendo uma grande mudança a partir de um centrado em Cristo para uma teologia centrada no homem. Em nenhuma área do pensamento teológico é esta mudança mais evidente do que na escatologia (a doutrina das últimas coisas), geralmente conhecido como profecia. Surpreendentemente, o objeto primordial da maioria ensino profético é centrada em um povo conhecido como os judeus. Onde uma vez eclesiologia (doutrina da Igreja) e soteriologia (doutrina da salvação) foram pregada com poder e autoridade espiritual, deu agora lugar a uma mensagem de Judaistica preeminência.

Há ministérios que são totalmente dedicados a promover a causa judaica na Palestina, em total desrespeito aos direitos e bem-estar dos outros ocupantes da terra. Atualmente, devido à influência dos meios de comunicação seculares, o púlpito "cristão" tem tomado partido no conflito do Oriente Médio, fechando os olhos para os fatos bíblicos da história e da profecia.

Fetichismo Religioso

A área na cidade de Jerusalém, conhecida como o "Muro das Lamentações" agora se tornou um santuário sagrado para muitos equivocados cristãos americanos [e brasileiros]. Um ministério está pedindo que as pessoas enviam seus pedidos de oração para eles para que eles possam, por sua vez levá-los a ser inseridos nas fendas do Muro das Lamentações. Isso equivale a nada menos do que o fetichismo religioso. O Muro das Lamentações era uma vez uma parte da maior área do templo de Herodes, que foi destruído no ano 70 pelos romanos.

O próprio Jesus previu a destruição do antigo templo e a ordem pervertida religiosa que ela representava. Durante 600 anos antes do ministério terrestre de Jesus, durante os dias de Jeremias, o Senhor repreendeu o povo de Judá para justificar seus maus caminhos, usando sua devoção ao templo físico como uma cobertura religiosa.

A palavra que da parte do SENHOR, veio a Jeremias, dizendo:

Põe-te à porta da casa do SENHOR, e proclama ali esta palavra, e dize: Ouvi a palavra do SENHOR, todos de Judá, os que entrais por estas portas, para adorardes ao SENHOR.
Assim diz o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel: Melhorai os vossos caminhos e as vossas obras, e vos farei habitar neste lugar.
Não vos fieis em palavras falsas, dizendo: Templo do SENHOR, templo do SENHOR, templo do SENHOR é este.
Mas, se deveras melhorardes os vossos caminhos e as vossas obras; se deveras praticardes o juízo entre um homem e o seu próximo;
Se não oprimirdes o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após outros deuses para vosso próprio mal,
Eu vos farei habitar neste lugar, na terra que dei a vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre.
Eis que vós confiais em palavras falsas, que para nada vos aproveitam.
Porventura furtareis, e matareis, e adulterareis, e jurareis falsamente, e queimareis incenso a Baal, e andareis após outros deuses que não conhecestes,
E então vireis, e vos poreis diante de mim nesta casa, que se chama pelo meu nome, e direis: Fomos libertados para fazermos todas estas abominações?
É pois esta casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isto, diz o SENHOR.
Mas ide agora ao meu lugar, que estava em Siló, onde, ao princípio, fiz habitar o meu nome, e vede o que lhe fiz, por causa da maldade do meu povo Israel (Jr 7:1-12).

Templo Reconstruído?

Em vez de dizer o povo judeu para se arrepender e aceitar Jesus Cristo e Seu poder para mudar as suas vidas pelo poder do Espírito Santo, a ênfase de uma grande maioria da "direita" igreja cristã é arrecadar dinheiro para fins sociais e humanitários de causas judaicas. Uma questão que parece ser fundamental na teologia dispensacional moderna é que um templo judaico restaurado deve ser construído em Jerusalém. O Domo da Rocha, onde está atualmente localizado muitos dispensacionalistas acreditam que novo templo judeu precisa ser reconstruído. Em seu desespero para contornar esse problema do lugar sagrado islâmico e a atitude inflexível dos muçulmanos para que permaneça, alguns sionistas cristãos têm pesquisado novamente a área. Eles "descobriram" que o futuro templo judaico pode ser construída ao lado da mesquita islâmica e ainda cumprir as exigências de suas aspirações proféticas.

Outro problema para muitos futuristas é que eles não têm certeza se o templo futuro será uma "tribulação" templo ou um templo "milenar". Como um templo "tribulação", o anticristo alegada vai sentar-se nele. Como um templo "milenar", o próprio Jesus irá residir lá e sentar-se sobre um trono judeu e reinar sobre toda a terra. A única resposta para esta questão teológica é descobrir a história dos templos do Antigo Testamento como registrado na Palavra de Deus. A atitude de Deus para templos terrenos é claramente visto como Ele permitiu que seis templos para ser construído e depois destruído ou entrar em decadência.

Templos históricos

1) O Tabernáculo de Moisés

Logo após o êxodo de Israel do Egito, o Senhor deu a Moisés as instruções quanto à construção do tabernáculo. Este tabernáculo era para ser construído a partir das ofertas do povo e considerado como santuário de Deus. O Senhor declarou que isso seria um lugar "para que eu possa habitar no meio deles". "E aí eu virei a ti, e falarei contigo de cima do propiciatório ..." (Êxodo 25:18, 22).

Esta morada de Deus entre Israel foi ainda preenchido com a glória do Senhor, na medida em que Moisés não podia entrar como mediador para o seu povo (Êxodo 4:34-35). Apesar da extrema importância deste tabernáculo na vida espiritual e cultural de Israel, que durou apenas 40 anos mais e deu lugar à decadência.

2) O Tabernáculo de Siló

Depois que os filhos de Israel atravessou o rio Jordão para a terra de Canaã, eles ergueram uma tenda em Silo. Josué registra: "E toda a congregação dos filhos de Israel se reuniu em Siló, e ali armaram a tenda da congregação lá" (Js 18: 1).

Esta estrutura física durou cerca de 450 anos, em todo o período dos juízes até o tempo do profeta Samuel. Foi neste tabernáculo que Eli serviu como Sumo Sacerdote e onde o jovem Samuel ouviu o Senhor chamá-lo três vezes. Quando Israel saiu para lutar contra os filisteus, a Arca da Aliança, que residiram no Tabernáculo Siló, foi capturado por forças inimigas. Tanto a Arca ea Glória de Deus partiu deste tabernáculo, e nunca mais voltou. (Veja I Samuel 1-8). Este tabernáculo finalmente entrou em decadência e ruína.

3) Tenda de Davi

Um dos primeiros atos como rei sobre o Reino Unido de Israel, Davi trouxe a Arca de Deus para Jerusalém. Esta era uma estrutura temporária que Davi tinha feito, e "eles trouxeram a arca do Senhor, e a puseram no seu lugar, no meio da tenda que Davi tinha armado para ela:" (II Sam 06:17.). Conta o de registros Crônicas que: "Davi fez para si casas na cidade de Davi, e preparou um lugar para a arca de Deus, e armou-lhe uma tenda" (I Cr 15:1.). Esta estrutura foi temporária e durou apenas 40 anos.

4) O Templo de Salomão

Esta estrutura permanente e magnífica que o rei Salomão tinha construído teria sido considerado como uma das maravilhas do mundo antigo. O relato bíblico diz: "Assim, toda a obra que Salomão fez para a casa do Senhor foi concluída, e trouxe Salomão as coisas que seu pai Davi tinha consagrado, a prata, e o ouro, e todos os instrumentos, colocar ele entre os tesouros da casa de Deus "(II Cr. 5:1). O próprio Senhor consagrou este templo por manifestar a Sua glória visível no momento de sua dedicação. Este foi sinal de aprovação de Deus por todo o trabalho que foi feito, porque: "Agora, quando Salomão tinha acabado de orar, desceu o fogo do céu, e consumiu o holocausto e os sacrifícios; e a glória do Senhor enchia a casa. E os sacerdotes não podiam entrar na casa do Senhor, porque a glória do SENHOR tinha enchido a casa do Senhor "
(II Cr. 7:1-2).

Independentemente do fato de que esse templo era considerado o lugar da habitação de Deus na Terra, ele também só durou cerca de 350 anos. Deus permitiu que este templo fosse destruído pelos babilônios durante a sua captura e destruição de Jerusalém em 596 a.C.

5) Templo de Zorobabel

Após os 70 anos de exílio na Babilônia mais de 42.000 judeus voltaram para Jerusalém sob a liderança de Esdras e Neemias. Eles reconstruíram a cidade e o templo. Esdras registra: "E esta casa foi consumada" (Esdras 6:15) e fizeram sacrifícios para Deus na dedicação do novo templo. Foi aqui onde o Ageu profetas e Zacarias encorajou-os no trabalho. Esta estrutura teve a duração de cerca de 400 anos, até o tempo da era Macabeus.

Foi neste templo que o rei da Síria, Antíoco ofereceu um porco no altar. Isso exigiu um re-dedicação que ficou conhecido como a festa judaica das luzes. A Arca da Aliança nunca residiu neste templo, nem o Senhor manifestou a Sua Glória nele.

6) Templo de Herodes

Este magnífico templo foi construído durante o reinado do rei Herodes, o Grande. Sua construção começou em 19 a.C e levou 46 anos para ser concluído. Herodes, que era um edomita pelo sangue e pela religião judaica construiu este e outros edifícios cívicos para congraçar-se com o povo judeu.

Jesus foi para o templo muitas vezes durante Seu ministério terreno, mas foi limitada apenas à área do pórtico de Salomão. Não há indicação de que Ele nunca entrou em quaisquer salas interiores ou o Lugar Santo. Foi neste templo que Ele se refere em Mateus capítulo 24, quando Ele profetizou sua destruição total. Este templo nunca foi santificado pela glória manifesta de Deus e foi totalmente destruída pelos romanos em 70 d.C. Durou por não mais de 90 anos.

A partir do exemplo acima dos seis tendas físicas e templos que foram uma vez conhecida como a "Casa de Deus", é óbvio que a dispensa de um terreno do templo "sagrado" acabou. Estêvão, o primeiro mártir cristão, repetiu as palavras do profeta Isaías, quando ele declarou: "Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta:

O céu é o meu trono, E a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis? diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso?
Porventura não fez a minha mão todas estas coisas?" (Atos 7:48-50).

Se quando os cristãos sionistas e judeus conseguem construir um templo moderno, em Jerusalém, que não irá de forma alguma ser a Casa de Deus. Ela será apenas uma estrutura física que irá representar os esforços equivocados dos homens, devido aos pontos de vista heréticos proféticas de dispensacionalismo. Jesus Cristo é capaz de destruir qualquer novo edifício que seria um substituto blasfêmia do verdadeiro templo, que é o Seu corpo.

Futuristas muitos erroneamente aplicam a profecia do templo de Ezequiel (capítulos 40-48) como prova de um templo reconstruído física em Jerusalém antiga. No conselho da primeira igreja registrada em Atos 15, Tiago repete a profecia de Amós 9:11, que é o tabernáculo de Davi que vai ser reconstruído. Esta não é a tenda temporária que Davi construído para a Arca. O verdadeiro tabernáculo de Davi, como pode ser visto a partir do contexto do testemunho de Paulo e os demais apóstolos, é um tabernáculo espiritual está sendo construído pelo ministério do Espírito Santo.

O verdadeiro templo

O Templo do Seu Corpo

Logo no início do ministério terrestre de Jesus, durante um confronto com os judeus, o Senhor deixou claro que Ele mesmo era o verdadeiro Templo de Deus. O apóstolo João registrou:

"Responderam, pois, os judeus, e disseram-lhe: Que sinal nos mostras para fazeres isto?
Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei.
Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias?
Mas ele falava do templo do seu corpo" (João 2:18-21).

O autor de Hebreus falou de Cristo como um sumo sacerdote que serviu em uma "tenda maior e mais perfeita, não feita por mãos" (Hb 9:11). Quando o escritor de Hebreus passou a dizer: "Quer dizer, não desta criação," ele estava se referindo ao templo físico de Herodes, que ainda estava em pé na redação da letra hebraica.

O Templo do Espírito Santo

O apóstolo Paulo diz inequivocamente claro que o corpo do crente nascido de novo é a morada do Espírito de Deus. O verdadeiro templo de Deus não está limitada a um determinado edifício em uma localização geográfica na terra. "Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual tendes da parte de Deus, e vós não sois de vós mesmos.

Porque fostes comprados por bom preço? Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e em seu espírito, que são de Deus” (I Coríntios. 6:19-20). "E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos para vós sois o templo do Deus vivo;? Como Deus disse: Eu habitarei neles, e entre eles andarei, e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo "(II Coríntios. 6:16).

Nova Jerusalém

É extremamente importante na descrição que nos foi dada pelo apóstolo João "da cidade santa, a nova Jerusalém, que desce de Deus, do céu" (Ap 21:2) que não havia templo físico. Na verdade, ele registra: "E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro" (Apocalipse 21:22). João continua a dizer que "ouviu uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, e ele habitará com eles, e eles serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles, e será o seu Deus "(Ap 21:3).

Sendo que o verdadeiro templo de Deus, são os santos e as resgatadas do verdadeiro Israel, na cidade da Nova Jerusalém, que é construído apenas pelo Espírito Santo, não há necessidade de um templo terreno feito pelo homem a ser construído na cidade velha de Jerusalém. Se for construído, será apenas uma paródia do verdadeiro templo e Deus vai destruí-lo.



Fonte: Historicist
Site: www.superandoasheresias.blogspot.com.br

 

sábado, 15 de agosto de 2020

O Mito do “Literalismo Consistente”

 


O literalismo é considerado por muitos como um teste de ortodoxia – a única hermenêutica pela qual alguém pode interpretar e entender corretamente a Bíblia. Os pré-milenistas dispensacionalistas, que rejeitam outras visões escatológicas na crença de que elas tendem à “espiritualização”2 e “alegorização”, reivindicam a distinção de serem literalistas consistentes. Um autor que sustenta que esse literalismo é um método superior de interpretação, escreve: “Sou um dispensacionalista porque o dispensacionalismo em geral entende e aplica a Escritura – particularmente a Escritura profética – de uma forma mais consistente com a abordagem normal e literal que creio ser o desígnio de Deus para a interpretação da Escritura”. 

O que se quer dizer por “literalismo” aqui? Tradicionalmente, uma hermenêutica literal refere-se ao método gramático-histórico, isto é, interpretar a Bíblia como ela se apresenta. Hoje em dia, o uso da palavra “literal” pelos dispensacionalistas tende a significar o oposto de “figurado”. Essa tendência de negar interpretações figuradas é perseguida tão agressivamente que alguns dizem que o literalismo dispensacionalista é mais apropriadamente descrito como hiper-literalismo.

A convicção de uma abordagem superior e literalista para a interpretação da Bíblia pode levar à arrogância espiritual, produzindo um sentimento de infalibilidade. Certa pessoa observou: “Sendo anteriormente um dispensacionalista, eu estava mesmerizado com a hermenêutica literal, a forma na qual interpretávamos a Bíblia. Estava satisfeito com a confiança que esse princípio de interpretação era a pedra angular de qualquer abordagem verdadeira da Escritura, e o exibia diante de todos como o fundamento do método dispensacionalista. Essa abordagem ‘literal’ produziu em mim uma letargia tranqüila a tudo o que homens do pacto poderiam me dizer. Qualquer argumento que pudessem apresentar era desarmado de antemão com argumentos tais como esse: ‘Eles não advogam uma hermenêutica literal’.” 

Esse testemunho ilustra o grave perigo que o literalismo pode ser inadvertidamente considerado como um padrão de verdade superior ao da própria Bíblia. Ao invés de permitir a Escritura interpretar a Escritura, a Palavra de Deus é coada por meio de um filtro literalista sobre a Esse testemunho ilustra o grave perigo que o literalismo pode ser inadvertidamente considerado como um padrão de verdade superior ao da própria Bíblia. Ao invés de permitir a Escritura interpretar a Escritura, a Palavra de Deus é coada por meio de um filtro literalista sobre a pressuposição teológica que Deus evitou completamente a linguagem profética figurada. 

O Novo Testamento está cheio de exemplos onde pessoas erram ao falhar em reconhecer o uso de linguagem figurada por Jesus. Quando Jesus falou do templo de seu corpo (João 2:21), os judeus erraram ao pensar no templo físico e exigiram sua morte sobre a base dessa interpretação literal equivocada (Mt. 26:61). A interpretação literal de Nicodemos levou-o a perguntar se “nascer de novo” significava “tornar a entrar no ventre de sua mãe” (João 3:4). Quando Jesus falou de “uma fonte de água que salte para a vida eterna”, a mulher samaritana errou ao desejar um gole de água literal (João 4:10-15). Esses exemplos são suficientes para demonstrar que uma interpretação literal (não figurada) pode levar a conclusões equivocadas.  

O problema para os literalistas é que ninguém é um literalista estrito quando diz respeito à interpretação da Bíblia. Além do mais, visto que ninguém é um literalista estrito, ninguém pode definir o que é realmente “literalismo consistente”. 

Aqueles que avaliam as alegações de literalistas ficam impressionados com as inconsistências gritantes desse sistema. O.T. Allis observa: “Embora os dispensacionalistas sejam literalistas extremos, eles são muito inconsistentes. Eles são literalistas na interpretação de profecias. Mas na interpretação da história, levam o princípio da interpretação tipológica [simbólica] a um extremo que raramente tem sido excedido, mesmo pelo mais ardente dos alegoristas.” Um dos antigos dispensacionalistas mais influentes, C. I. Scofield, registrou que a escritura profética deveria ser interpretada com “literalidade absoluta”, enquanto a “escritura histórica tem um significado alegórico ou espiritual.” LaRondelle identifica corretamente essa abordagem à interpretação bíblica como uma “hermenêutica dupla inconsistente e conflitante.” Tão radical é a abordagem dos literalistas que Hughes expressa “medo que o método dispensacionalista de interpretação faça violência à unidade da Escritura.” Gerstner e outros têm comentado que a hermenêutica literal não determina a teologia dispensacionalista, mas sim a teologia dispensacionalista determina sua hermenêutica e o faz de maneira inconsistente. 

Embora certos literalistas afirmem que as profecias do Antigo Testamento com respeito à primeira vinda de Cristo foram todas cumpridas literalmente, outros têm demonstrado que essa afirmação é falsa. Somente 35% de tais profecias foram cumpridas de forma literal, sendo que o restante teve cumprimentos simbólicos ou analógicos. Outras inconsistências são numerosas demais para mencionar, mas foram abundantemente documentadas por Allis, Berkhof, Bahnsen e Gentry, Cox, Crenshaw and Gunn, Fuller, Gentry, Gerstner, Grenz, Hoekema, Hughes, LaRondelle, e outros.

Essas inconsistências têm feito muitos distanciarem-se do literalismo dispensacionalistas. Vários “dispensacionalistas progressivos” têm rejeitado “como inadequada a hermenêutica literalista estrita de pensadores antigos [e] não mais aderem à distinção rígida entre Israel e a igreja, mas colocam ambos sob o único programa de Deus para o mundo…”. Outros têm rejeitado o literalismo de seus predecessores como “muito simplista”. Essa confusão sobre o literalismo tem feito os dispensacionalistas debaterem entre si, buscando uma definição, e questionando os princípios básicos do seu sistema. 

S. Lewis Johnson resumiu o problema do literalismo rígido da seguinte forma: “Falhando em examinar a metodologia dos escritores bíblicos cuidadosamente, e quase ignorando as regras e princípios limitados das pressuposições da razão humana, temos tropeçado e perdido nossos marcos ao longo do caminho em direção ao entendimento da Sagrada Escritura. Scriptura sui ipsius interpres [A Escritura é a sua própria intérprete] é o princípio fundamental da interpretação bíblica.” 


Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

Fonte: Credenda/Agenda, Volume 9, Nº 1.  

domingo, 9 de agosto de 2020

O Milênio (Ap. 20)



Quanto mais próximo João chega à sua conclusão, mais aparece o glorioso resultado. Em Apocalipse 20, ele olha o futuro distante (o milênio começa no século I, mas o período necessariamente requer sua extensão além do espaço de tempo do próximo/breve tempo da estrutura do livro). Na realidade, ele fornece a conseqüência do longo-duradouro, da destruição de Israel e da proteção do reino de Cristo. Mais uma vez, a limitação de espaço não permite uma análise completa desse texto interessante, assim destaquei somente algumas das características mais importantes para o ponto de vista preterista que está sujeito a debate: os “mil anos”, a prisão de Satanás, o reinado de Cristo, e as ressurreições.

Os mil anos 

Somente um lugar em toda a Escritura limita o reinado de Cristo a mil anos: Apocalipse 20.1-10, meio capítulo no livro mais figurativo na Bíblia. Como indiquei anteriormente em minha abordagem dos 144.000, o número 1.000 seguramente é uma soma simbólica que representa perfeição quantitativa. As Escrituras, com freqüência, empregam esse número de um modo não-literal: Por exemplo, Deus possui o gado apenas aos milhares nas colinas? (Sl. 50.10). O período do milênio poderia ser de fato milhares de anos, como a autoridade em hermenêutica Milton Terry discute com competência.

A prisão de Satanás 

Agora João aborda e inverte um tema anterior. Em 9.1, Satanás caiu do céu (gr. ouranos) e foi dada a chave do poço do abismo. Em 20.1, Cristo desce do céu (gr. ouranos) e trazia na mão a chave do abismo para prender Satanás e lançá-lo no abismo. 

As Escrituras informam explicitamente que Cristo prendeu Satanás durante seu ministério no século I. Em resposta às acusações que ele estava exorcizando demônios pelo poder de Satanás, o Senhor respondeu: “Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus. Ou, como alguém pode entrar na casa do homem forte e levar dali seus bens, sem antes amarrá-lo? Só então poderá roubar a casa dele” (Mt. 12.28,29; NVI). A ascensão de Cristo ao Reino de Deus implicou exercer seu poder sobre o reino de Satanás (v. 26): Ele arrebatou os homens e as mulheres do controle de Satanás. Visto que ainda estamos no milênio, Cristo atualmente continua despojando a casa de Satanás, pregando o Evangelho que salva as pessoas da escuridão e as transporta para seu Reino (Cl. 1.13; v. At. 26.17,18).

Cristo prendeu Satanás para u m propósito bem definido: “para assim impedi-lo de enganar as nações” (Ap. 20.3; grifo do autor). No AT somente Israel conheceu o verdadeiro Deus (Sl. 147.19,20; Am. 3.2; Lc. 4.6; At. 14.16; 17.30). Mas a encarnação de Cristo mudou isso, conforme o Evangelho começou a fluir a todas as nações (e.g., Is. 2.2,3; 11.10; Mt. 28.19; Lc. 2.32; 24.47; At. 1.8; 13.47). Na realidade, Cristo julgou os judeus e abriu seu reino aos gentios (Mt. 8.11,12; 21.43; 23.36-38). (Observe, porém, que o NT promete em outras passagens a entrada final dos judeus no reino de Deus, encorajando-nos assim a evangelizá-los; v. At. 1.6,7; Rm. 11.11-25; 15.12).

Logo, como Cristo prendeu Satanás, o resultado é que seu poder enganoso sobre as nações está enfraquecendo, e o Evangelho avança em todo o mundo. Na realidade, a Grande Comissão necessita esse estado novo de acontecimentos. Apesar da autoridade de Satanás antes da vinda de Cristo (Lc. 4.6; Jo. 12.31; 14.30; 16.11; Ef. 2.1,2), Cristo agora declara: “Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações” (Mt. 28.18,19). Cristo comissionou a Paulo essa mesma tarefa: “Eu o livrarei do seu próprio povo e dos gentios, aos quais eu o envio para abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (At. 26.17,18). 

Por conseguinte, o NT, com freqüência e de forma veemente, fala da morte de Satanás sobre esse aspecto (v. Mt. 12.28,29; Lc. 10.18; Jo. 12.31; 16.11; 17.15; At. 26.18; Rm. 16.20; Cl. 2.15; Hb. 2.14; 1Jo. 3.8; 4.3,4; 5.18). As próprias palavras de Jesus se harmonizam bem com Apocalipse 20: “Chegou a hora de ser julgado este mundo; agora será expulso [gr. ekballo] o príncipe deste mundo” (Jo. 12.31). Apocalipse 20.3 diz que Cristo “lançou” [gr. ballo] Satanás no abismo. Outros escritores do NT concordam. Paulo escreve: “... e, tendo despojado os poderes e as autoridades, fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz” (Cl. 2.15). O autor de Hebreus observou: “Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o Diabo” (Hb. 2.14). E João expressou isto desse modo: “Para isso o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do Diabo” (1Jo. 3.8). 

A prisão de Satanás, então, começou no século I. Cristo iniciou-a durante seu ministério (Mt. 12.24-29) e a assegurou legitimamente com sua morte e ressurreição (Lc. 10.17; Jo. 12.31,32; Cl. 2.15; Hb. 2.14,15), e “provou” isto dramaticamente no colapso do primeiro inimigo do cristianismo, o judaísmo (Mt. 23.36–24.3; 1Ts. 2.14-16; Ap. 3.9). O legado de Jerusalém é significante, visto que a resistência satânica ao reino de Cristo vem primeiramente com a perseguição dos judeus a Cristo e ao cristianismo. 

A lei de Cristo 

Os comentários anteriores já indicaram o entendimento preterista da lei de Cristo. O “domínio e reinado” do Apocalipse com Cristo demanda duas realidades espirituais importantes, e presentes. 1) Cristo estabeleceu seu reino no século I.3 Mateus 12.28,29 compara o pensamento de Apocalipse 20.1-6 claramente, porque nos dois lugares vemos a relação do reino de Cristo e a prisão de Satanás (v. acima). Realmente, o reino esteve próximo no primeiro ministério de Cristo porque “o tempo é chegado” (Mc. 1.14,15). O poder de Cristo sobre os demônios mostra a presença do reino durante seu ministério na terra (Mt. 12.28; v. 8.29; Mc. 1.24; 5.10; Lc. 8.31). Seu reino não espera alguma vinda futura, visível (Lc. 17.20,21; Cl. 1.13).  

Por conseguinte, Cristo reivindicou ser Rei quando estava na terra (Jo. 12.12-15; 18.36,37), e Deus o entronizou como Rei após sua ressurreição e ascensão (At. 2.20-36). Desde sua ressurreição, Cristo tem “toda a autoridade nos céus e na terra” (Mt. 28.18), porque ele está à destra de Deus, dominando o seu reino. Como resultado, os cristãos do século I o proclamaram Rei (Mt. 2.2; At. 17.7; Ap. 1.5), e novos convertidos entraram em seu reino (Jo. 3.3; Cl. 1.12,13; 1Ts. 2.12). 

2) A outra realidade envolve nosso governo presente com ele, em seu reino. João diz às sete igrejas do século I que Cristo “nos constituiu reino e sacerdotes para servir a seu Deus e Pai” (Ap. 1.6). Esta realeza sacerdotal presente é exatamente o que Apocalipse 20 relata do reino milenar: “Serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante mil anos” (20.6). 

Paulo menciona nosso governo presente também: “Deus nos ressuscitou com Cristo e com ele nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Ef. 2.6; v. 13; Cl. 3.1-4). Quaisquer respostas surpreendentes que possam surgir contra esse ponto de vista, um fato permanece: a Bíblia nos ensina que estamos agora “assentados com ele”.

As ressurreições 

Apocalipse 20 associa duas ressurreições ao reino milenar de Cristo. Uma ressurreição é espiritual e presente; a outra é física e futura. 

Apocalipse 20.4-6 menciona dois grupos que governam com Cristo e que são “felizes e santos” e que participam “da primeira ressurreição” (v. 6).5 João vê primeiro “as almas dos que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus”. Essas “almas” são os santos que morreram a serviço de Cristo. Ele também vê aqueles que “não tinham adorado a besta nem sua imagem, e não tinham recebido a sua marca na testa nem nas mãos”. Esses são os santos vivos que atualmente vivem para Cristo na terra.  

Essa primeira ressurreição é a salvação. Observe como João, o autor do Apocalipse, registrou anteriormente a instrução de Cristo, na qual ele compara a ressurreição espiritual à salvação presente e a ressurreição física ao destino eterno: 

Eu lhes asseguro: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não será condenado, mas já passou da morte para a vida. Eu lhes afirmo que está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e aqueles que a ouvirem, viverão [...] 

Não fiquem admirados com isto, pois está chegando a hora em que todos os que estiverem nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão; os que fizeram o bem ressuscitarão para a vida, e os que fizeram o mal ressuscitarão para serem condenados (Jo. 5.24-29; grifo do autor). 

Na realidade, por causa da ressurreição física de Cristo, somos ressuscitados espiritualmente (Rm. 6.4-14; Ef. 2.5,6; Cl. 3.1). 

João não menciona a segunda ressurreição expressamente em Apocalipse 20. Deduzimos isso de três fatores no texto: 1) referência à “primeira ressurreição” (uma linguagem que requer uma “segunda” ressurreição); 2) o “restante dos mortos [não voltam] à vida” até após os mil anos; e 3) a cena do julgamento nos versículos 12 e 13. A segunda ressurreição é mencionada em João 5.28,29: É a ressurreição do “túmulo” (v. Jó 19.25-27; Jo. 6.38-50,54; 11.24-25; At. 24.15; Rm. 8.11; 1Ts. 4.14-17). Em Apocalipse 20.7-15, testemunhamos a Segunda Vinda e o julgamento final. Mas desde que isto é tão distante dos dias de João, ele os menciona rapidamente.

A mistura feita por João das realidades espirituais e literais aqui, quando compara a ressurreição espiritual e a ressurreição física não é sem precedentes. Por exemplo, como observei anteriormente, João registra as palavras de Cristo com respeito a comer o pão (Jo. 6.49,50), onde ele compara o alimento espiritual do corpo de Cristo com o comer literal do maná no deserto – em seguida compara a morte espiritual e a morte física: “Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram. Todavia, aqui está o pão que desce do céu, para que não morra quem dele comer”. As mesmas palavras “comer” e “morrer” ocorrem em ambas declarações, mas abrangem conotações diferentes. O mesmo é verdade de “voltou a viver” em Apocalipse 20.4,5. 


Fonte: Apocalipse, C. Marvin Pate (organizador), Editora Vida, p. 85-90.  

 

domingo, 2 de agosto de 2020

A igreja católica não é a prostituta do apocalipse




Segundo vários teólogos, o livro do apocalipse, se refere a época de João mesmo, e 90 por cento de suas profecias já teriam sido cumpridas. Como pesquisadores das escrituras não podemos deixar de analisar e levar em consideração estes argumentos. Ainda que a Igreja Católica tenha suas falhas e tenha se corrompido com a idolatria, não podemos atribuir-lhe um oráculo bíblico se este não se refere a mesma. Existem duas vertentes teológicas vigentes que divergem muito entre si. Uma alega que a Igreja católica é a prostituta mencionada em apocalipse 17 e outra que João estaria se referindo a Jerusalém apostata de sua época. Ambas possuem fortes indícios de que estejam certas e ambas apresentam falhas em suas teorias, que iremos analisar a seguir. 

"Veio, então, um dos sete Anjos que tinham as sete taças e falou comigo: Vem, e eu te mostrarei a condenação da grande meretriz, que se assenta à beira das muitas águas" Apocalipse 17:1 

Vejamos a semelhança em Apocalipse 21. 

"Então veio um dos sete Anjos que tinham as sete taças cheias dos sete últimos flagelos e disse-me: Vem, e mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro" Apocalipse 21:9 

Um dos sete anjos mostra a Prostituta em Apocalipse 17, em Apocalipse 21 um dos setes anjos mostra a Noiva. A Noiva é a Nova Jerusalém, se a Noiva é a Nova Jerusalém, portanto a Prostituta é outra coisa a não ser a Velha Jerusalém (Apóstata)? 

"Com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição" Apocalipse 17:2 

"Como se fez prostituta a cidade fiel! Ela que estava cheia de retidão! A justiça habitava nela, mas agora homicidas." Isaías 1 : 21 

Vejamos alguns relatos do Antigo Testamento sobre quem contaminou a Terra. 

"E sucedeu que pela fama da sua prostituição, contaminou a terra; porque adulterou com a pedra e com a madeira" Jeremias 3:9. 

"Portanto assim diz o SENHOR dos Exércitos acerca dos profetas: Eis que lhes darei a comer losna, e lhes farei beber águas de fel; porque dos profetas de Jerusalém saiu a contaminação sobre toda a terra" Jeremias 23:15. 

"Disse mais o SENHOR nos dias do rei Josias: Viste o que fez a rebelde Israel? Ela foi a todo o monte alto, e debaixo de toda a árvore verde, e ali andou prostituindo-se. E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu" Jeremias 3:6-8.

Jerusalém 

"filho do homem, mostra a Jerusalém os seus crimes abomináveis." Ez16,2 

Jerusalém em seus tempos de rebeldia se prostituía: Segundo Jeremias 25 cita muitas nações beberam do vinho, entra elas: 

Egito, Edom, Moabe, Uz, Tiro, Sidom etc.. (Jeremias 25:19-27) 

"E levou-me em espírito a um deserto, e vi uma mulher assentada sobre uma besta de cor de escarlata, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e tinha sete cabeças e dez chifres" Apocalipse 17:3

Aqui temos uma descrição incrível, no verso 18 de Apocalipse 17 diz que mulher significa a grande cidade, portanto podemos descartar a ICAR, ja que ela não é uma cidade. O versículo diz que a mulher se assenta sobre uma Besta. Essa Besta é a mesma Besta de Apocalipse 13 e de Daniel 7: É o Império Romano. O fato de estar assentada sobre uma Besta demanda sujeição sobre a Besta, sem a Besta a mulher não poderia fazer nada. Jerusalém de fato tinha acordos com Roma e precisou de Roma para crucificar e perseguir muitos, como podemos ver:

Josefo escreve: “Parece-me ser necessário relatar todas as honras que os romanos e seus imperadores retribuíram a nossa nação, e as alianças de ajuda mútua que fizeram” (Antiquities 14.10.1,2;). 

Exemplos dos Judeus acusando aos Romanos os seguidores de Yeshua:

"Os quais Jasom recolheu; e todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus" Atos 17:7 

"E, vindo ter conosco, tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o homem de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios" Atos 21:11 

"Sempre e em todo o lugar, ó potentíssimo Félix, com todo o agradecimento o queremos reconhecer.Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo; e o principal defensor da seita dos nazarenos" Atos 24:1-9 

"E a mulher estava vestida de púrpura e de escarlata, e adornada com ouro, e pedras preciosas e pérolas; e tinha na sua mão um cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição;" Apocalipse 17:4 

Alguém se lembra das roupas sacerdotais? 

"E tomarão o ouro, e o azul, e a púrpura, e o carmesim, e o linho fino, E farão o éfode de ouro, e de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido, de obra esmerada. E o cinto de obra esmerada do seu éfode, que estará sobre ele, será da sua mesma obra, igualmente, de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido. E tomarás duas pedras de ônix, e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel, Farás também engastes de ouro, E duas cadeiazinhas de ouro puro; de igual medida. E o encherás de pedras de engaste" Êxodo 28:1-17

Vemos fontes de Josefo: 

Josefo descreve a tapeçaria do templo cuidadosamente como “tapeçaria babilônica na qual as cores azul, púrpura, escarlate e branco foram misturadas” (Wars 5.5.4). 

Josefo descrevendo o Templo: "Agora a face externa do templo em sua frente [...] estava por toda parte coberta com pratos de ouro de grande peso, e, ao primeiro nascer do sol, refletiu um esplendor ardente, e fez aqueles que se esforçavam para olhar atentamente se voltarem em direção oposta, da mesma maneira que teriam feito aos próprios raios do sol. Mas este templo, para os que não estavam familiarizados com ele, parecia, a uma certa distância, como uma montanha coberta com neve; devido àquelas partes não douradas, que eram excessivamente brancas (Wars 5.5.6)". 

E na sua testa estava escrito o nome: "Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra." Apocalipse 17:5 

A inscrição blasfema da prostituta em sua testa dá uma imagem inversa da inscrição santa no sacerdote judeu. Na testa do sumo sacerdote lemos: “Consagrado ao SENHOR” (Êx. 28.36-38); 

"E vi que a mulher estava embriagada do sangue dos santos, e do sangue das testemunhas de Jesus. E, vendo-a eu, maravilhei-me com grande admiração". Apocalipse 17:6 

Roma estava manchada com o sangue dos santos. Porém Roma tinha entrado recentemente na categoria dos perseguidores, dos inimigos de Deus; ao longo de Atos, Jerusalém e os judeus eram os principais perseguidores. Além disso, Roma não era culpada da matança de quaisquer dos “profetas” do AT, como o fora Jerusalém. 

Em relação às autoridades de Jerusalém, Estevão pergunta: 

"Qual dos profetas que seus antepassados não perseguiram? Eles mataram aqueles que prediziam a vinda do justo, de quem agora vocês se tornaram traidores e assassinos"Atos 7:52 

Jesus disse: 

"Pelo que, esta geração será considerada responsável pelo sangue de todos os profetas, derramado desde o princípio do mundo: desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário. Sim, eu lhes digo, esta geração será considerada responsável por tudo isso" Lucas 11:50-51 

"Serpentes! Raça de víboras! Como escapareis ao castigo do inferno? Vede, eu vos envio profetas, sábios, doutores. Matareis e crucificareis uns e açoitareis outros nas vossas sinagogas. Persegui-soleis de cidade em cidade, para que caia sobre vós todos o sangue inocente derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem matastes entre o templo e o altar. Em verdade vos digo: todos esses crimes pesam sobre esta raça. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta" Mt 23,33-38 

"Aqui o sentido, que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada." Apocalipse 17:9

A cultura oriental a que pertence João, Jerusalém era conhecida como "a cidade das sete colinas" (Pirke de-Rabbi Eliezer, Seção 10). Estas colinas são: 

(1ª) "Escopus". 
(2ª) "Nob". 
(3ª) "o Monte da Corrupção" ou "o Monte da Ofensa" ou "o Monte da Destruição" (2Reis 23,13). 
(4ª) O original "monte Sião". 
(5ª) A colina sudoeste também chamada "Monte Sião". 
(6ª) o "Monte Ofel". 
(7ª) "A Rocha", onde foi construída a fortaleza "Antonia". 

A visão agora muda de rumo, ela foca no Império Romano. 

"E são também sete reis; cinco já caíram, e um existe; outro ainda não é vindo; e, quando vier, convém que dure um pouco de tempo". Apocalipse 17:10 

5 já caíram: 
1º Augusto 
2º Tibério 
3º Calígula 
4º Cláudio 
5º Nero 

Galba (68 - 69) (não obteve reinado) Oto (69) (não obteve reinado) Vitélio (69) (não obteve reinado) 

Um existe: 
6º Vespasiano (69 - 79) (o rei que inda estava no poder quando João escreve)  

Outro ainda não veio e quando vier deve durar pouco tempo: 7º Tito (79 - 81) (o rei que duraria pouco, governou só dois anos) 

A Besta: 8ºDominiciano (81 - 96) "E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas". Apocalipse 17:15 

De fato, em Jerusalém habitavam pessoas de todas as nações. Principalmente nas festas (Pentecostes). Além do Oriente Médio ser um grande centro comercial da época. E em Jerusalém estavam habitando judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu. Atos 2:5 "E os dez chifres que viste na besta são os que odiarão a prostituta, e a colocarão desolada e nua, e comerão a sua carne, e a queimarão no fogo". Apocalipse 17:16

Ficaria complicado o Império Romano destruir sua capital Roma, porém foi o Império Romano que destruiu Jerusalém e seu Templo foi queimado. 

"E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra". Apocalipse 17:18 Vejamos as pistas sobre quem é a grande cidade: 

"E jazerão os seus corpos mortos na praça da grande cidade que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado". Apocalipse 11:8 

Jesus foi crucificado em Roma? Não, em jerusalém 

"E ponham-se guardas dos moradores de Jerusalém, cada um na sua guarda, e cada um diante da sua casa. E era a cidade larga de espaço, e grande, porém pouco povo havia dentro dela; e ainda as casas não estavam edificadas" Neemias 7:3-4 

Mais um exemplo: 

"E a grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram; e da grande babilônia se lembrou Deus, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira". Apocalipse 16:19 

Interessante notar que durante a guerra Judaica três facções dividiram Jerusalém. "E na sua testa estava escrito o nome: Mistério, a grande babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra". Apocalipse 17:5 

A inscrição blasfema da prostituta em sua testa dá uma imagem inversa da inscrição santa no sacerdote judeu. Na testa do sumo sacerdote lemos: “Consagrado ao SENHOR” (Êx. 28.36-38); 

"Por isso foram retiradas as chuvas, e não houve chuva serôdia; mas tu tens a fronte de uma prostituta, e não queres ter vergonha". Jeremias 3:3 

Um versículo anterior também retrata: "Levanta os teus olhos aos altos, e vê: onde não te prostituíste? Nos caminhos te assentavas para eles, como o árabe no deserto; assim poluíste a terra com as tuas fornicações e com a tua malícia". Jeremias 3:2 


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Estudo original do site preterismo: