google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Escatologia Reformada : A Grande Tribulação: Local ou Global?

domingo, 19 de abril de 2020

A Grande Tribulação: Local ou Global?




Um dos argumentos usados pelos dispensacionalistas contra um cumprimento no primeiro século do Sermão da Oliveira (Mt. 24) é a alegação deles que somente uma tribulação mundial poderia dar significado aos eventos proféticos. Por exemplo, Larry Spargimino argumenta que “os preteristas sentem-se biblicamente justificados em concluir que nada mais que um desastre no primeiro século sobre Jerusalém é necessário para satisfazer os requerimentos dessas predições”. Spargimino está assumindo a validade de sua posição futurista e então  usando-a como seu paradigma interpretativo. 
 
 Spargimino já considerou que a primeira vinda de Jesus aconteceu no primeiro século, no mesmo pequenino país de Israel? Jesus nem sequer nasceu na capital da nação, mas na pequena cidade de Belém (Mt. 2:6). Seguindo a lógica interpretativa de Spargimino, Jesus deveria ter nascido em Roma, o centro do mundo conhecido do primeiro século. O nascimento, ministério, morte, ressurreição e ascensão de Jesus foram eventos locais. Seu nascimento foi testemunhado por alguns pastores sem nome que por acaso estavam no campo naquela noite (Lucas 2:8). Somente Simeão encontrou Jesus e seus pais no templo e o reconheceu como o Salvador prometido de Deus (2:25-32). Após isso, Jesus apareceu por um momento passageiro no templo quando tinha doze anos de idade (2:41-52). Não o vemos novamente até que tenha aproximadamente 30 anos (3:1-22). Em termos de uma audiência mundial, somente umas poucas pessoas viram a crucificação de Jesus. Seus próprios discípulos o desertaram (Mt. 26:56). Nenhum ser humano testemunhou sua ressurreição. Os apóstolos, não uma audiência televisiva mundial, viram Jesus “subir” em sua ascensão (Atos 1:9). Mesmo assim, todos esses eventos locais tiveram importância cósmica: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Um evento restrito a um local do primeiro século, teve implicações mundiais. A natureza local de um evento não obscurece sua importância. Sabemos mais sobre a destruição de Jerusalém do que sobre Jesus nas obras de Josefo. Spargimino quer que creiamos que somente uma conflagração mundial, uma tribulação global, satisfaz as demandas do Sermão da Oliveira (Mt. 24; Marcos 13; Lucas 21) e Apocalipse. Tolice! Na realidade, 

faz mais sentido crer, juntamente com o que sabemos sobre aqueles judeus do primeiro século que conspiraram para matar Jesus (Atos 2:23), que somente um evento do primeiro século, antes de 70 d.C, está em vista. Por que punir o mundo pelo que somente uma geração de judeus fez? Em meu debate com Thomas Ice na Conferência da American Vision, em Maio de 2006, ele tentou o mesmo tipo de lógica em sua declaração de fechamento. Ele tentou estabelecer o caso que visto que a Grande Tribulação é comparada com o dilúvio, e o dilúvio foi global, então a Tribulação deve ser global também. Primeiro, o texto de Mateus 24 nos diz que o evento não seria global. Seria confinado à Judeia (Mt. 24:16). As pessoas poderiam escapar da conflagração fugindo para as montanhas a pé. Isso dificilmente seria uma descrição de um evento mundial. Segundo, existem várias pessoas que não creem num dilúvio global que sustentam uma Grande Tribulação futura global. Aparentemente eles não vêem a lógica da posição de Tommy. Terceiro, a Bíblia compara uma conflagração ardente local com o tempo dos “dias do Filho do homem” (Lucas 17:26), que creio ser uma referência ao julgamento vindouro de Jesus na destruição do Templo e a cidade de Jerusalém em 70 d.C. A seguir, dirigiu-se aos discípulos: Virá o tempo em que desejareis ver um dos dias do Filho do Homem e não o vereis. E vos dirão: Eilo aqui! Ou: Lá está! [Mt. 24:26] Não vades nem os sigais; porque assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma à outra extremidade do céu, assim será, no seu dia, o Filho do Homem [Mt. 24:27]. Mas importa que primeiro ele padeça muitas coisas e seja rejeitado por esta geração [Mt. 23:36; 24:34]. Assim como foi nos dias de Noé, será também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio e destruiu a todos [Mt. 24:37-39]. O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;  mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar.  Naquele dia, quem estiver no eirado e tiver os seus bens em casa não desça para tirá-los; e de igual modo quem estiver no campo não volte para trás [Mt. 24:16-20]. Lembrai-vos da mulher de Ló (Lucas 17:22-32). 
 
Os paralelos com Mateus 24 são notáveis. Observe as duas histórias do Antigo Testamento usadas: o dilúvio de Noé que “veio... e destruiu a todos” (17:27) e o dia que Ló saiu de Sodoma e “choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos” (17:29). A destruição de Sodoma foi local e, todavia, é usada para descrever a Grande Tribulação. Observe a linguagem abrangente: “e destruiu a todos”, isto é, todos aqueles de Sodoma, não todas as pessoas do mundo. 

Tradução:  Felipe Sabino de Araújo Neto

Nenhum comentário:

Postar um comentário