google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Escatologia Reformada : Pré-Milenismo em Julgamento

sábado, 6 de julho de 2019

Pré-Milenismo em Julgamento



A interpretação de um milênio literal encontra várias dificuldades: 

Primeiro, não encontramos essa ideia de um milênio terrenal após a segunda vinda de Cristo nos evangelhos e nas epístolas paulinas e gerais. 

Segundo, o Novo Testamento ensina uma única volta de Cristo, e não duas.

Terceiro, uma interpretação literal desse número, em um livro de simbolismos, especialmente neste capítulo saturado de símbolos, é um obstáculo considerável. 

Quarto, o milênio fala de Cristo reinando fisicamente aqui neste mundo, enquanto o Seu ensino mostra que o Seu reino é espiritual. 

Quinto, a ideia de um milênio na terra e a posição de preeminência dos judeus, reintroduz aquela distinção entre judeus e gentios já abolida (Cl 3:11; Ef 2:14,19). Só existe uma igreja e uma noiva, formada de judeus e gentios. 

Sexto, a ideia do milênio terrenal ensina que haverá pelo menos duas ressurreições, uma de crentes antes do milênio e outra de ímpios depois do milênio e isto está em oposição ao que o restante da Bíblia ensina (Jo 5:28-29; Jo 6:39,40,44,54; 11:24). 

Sétimo, a ideia do milênio cria a grande dificuldade da convivência do Cristo glorificado com os santos glorificados vivendo com homens ainda na carne (Fp 3:21). 

Oitavo, como conceber a ideia de que as nações estarão sob o reinado de Cristo mil anos e depois elas se rebelam totalmente contra Ele (20:7-9)? 

Nono, a cena descrita por João em Apocalipse 20 de forma alguma ocorre na terra; é uma cena celestial. 

Décimo, todo o ensino do Novo Testamento é que o juízo é universal e segue imediatamente à segunda vinda, mas a crença no milênio terrenal, o juízo acontece mil anos depois da segunda vinda e só para os incrédulos. 

Arthur Lewis diz que constitui-se um obstáculo intransponível a ideia pré-milenista que ensina a permanência de pecadores convivendo com os santos glorificados durante o reino milenar de Cristo na terra. [01] Nesta mesma linha W. J. Grier fala dos paradoxos de um reinado de mil anos: 1) Os santos glorificados estarão em uma terra ainda não “glorificada” ou renovada, isto é, ainda não purificada pelo fogo; 2) Santos, com corpos glorificados, se misturarão com santos e com pecadores que não terão corpos glorificados; 3) Satanás será acorrentado para que não mais engane as nações; apesar disso, elas continuarão, realmente, inimigas de Cristo, prontas para obedecer a Satanás e a guerrear contra os santos, tão logo termine o milênio. Os rebeldes parecem até mais numerosos que os justos, ao se findar esse período, pois são “como a areia do mar”, enquanto que os santos se reúnem em um “arraial” e em uma “cidade” e só fogo vindo do céu salva o frágil agrupamento. [02] O próprio Dr. Russell Shedd, um dos mais respeitados estudiosos do Novo Testamento dos nossos dias, diz:

“Nós não temos suficiente informação na Bíblia para responder a todas as perguntas levantadas. O que fica bem assegurado é a esperança que João coloca no fim de seu livro. Haverá um período (se ‘mil anos’ é literal ou não, não nos preocupa) de paz e segurança total”. [03]

O que, pois, são os mil anos? Martyn Lloyd-Jones responde:

“Sugiro-lhes que é uma figura simbólica com o intuito de indicar a perfeita extensão de tempo, conhecida de Deus, e unicamente de Deus, entre a primeira e a segunda vindas. Não são mil anos literais, mas a totalidade do período enquanto Cristo está reinando até que seus inimigos sejam feitos estrado de seus pés e Ele regresse para o juízo final”. [04]


[01] H. Barclay Swete. The Apocalipse of St John. Mcmillan. Londres. 1917: p. CXL. 
[02] Em todas a profecias do livro de Apocalipse, Cristo é apresentado como o vencedor (1:18; 2:8; 5:9-14; 6:2; 11:15; 12:9-11; 14:1,14; 15:2-4; 19:16; 20:4; 22:3). 
[03] Ricardo L. V. Mascareñas. Os Últimos Dias. Editora Candeia. São Paulo, SP. 2001: p. 23. 
[04] Charles R. Erdman. Apocalipse. Casa Editora Presbiteriana. São Paulo, SP. 1960: p. 8.


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