google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Escatologia Reformada : Os Mil Anos

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Os Mil Anos



Como muitos outros números em Apocalipse, o “1.000” é um número simbólico, grande e arredondado. Enquanto sete conota uma plenitude de qualidade nas figuras bíblicas, o número dez contém a ideia de plenitude de quantidade; em outras palavras, ele representa os muitos. Mil multiplica e intensifica isso (10 x 10 x 10), e é usado na Escritura da mesma forma que nós, com uma mentalidade inflacionária, usamos o termo milhão. “Eu te falei isso um milhão de vezes!” (Talvez os “literalistas” nunca falem dessa forma, mas estou certo que o restante de nós o faz ocasionalmente). Contudo, existe uma diferença. Quando a Bíblia fala de 1.000, não é realmente com o propósito de exagero, como fazemos, mas simplesmente para expressar grande vastidão. Assim, Deus reivindica possuir “o gado sobre mil colinas” (Sl. 50:10).2 A colina nº. 1.001 pertence a alguém outro? Certamente não. Deus é o dono de todos os gados sobre todas as colinas. Mas ele diz “mil” para indicar que existem muitas colinas, e muito gado. (Para alguns usos similares de 1.000, veja Dt. 1:11; 7:9; Sl. 68:17; 84:10; 90:4.) Da mesma forma – particularmente com respeito a um livro altamente simbólico – deveríamos ver que os “1.000 anos” de Apocalipse 20 representam um período de tempo vasto e indefinido. Ele já durou quase 2.000 anos, e provavelmente continuará por muito mais tempo. “Exatamente quantos anos?”, alguém me perguntou. “Ficarei feliz em lhe dizer”, respondi alegremente, “tão logo você me diga exatamente quantas colinas existem no Salmo 50”. 

De acordo com alguns, o Reino de Cristo começará somente quando ele retornar na Segunda Vinda; então, eles dizem, Jesus Cristo residirá de fato em Jerusalém, onde haverá um Templo restaurado e ativo, com sacrifícios reais – às vezes me pergunto se essas queridas pessoas alguma vez já leram o Novo Testamento! Nenhuma dessas ideias está contida neste texto (ou em qualquer outro, pra falar a verdade). Como temos repetidamente visto, Jesus Cristo está reinando agora (Atos 2:29-36; Ap. 1:5), e ele permanecerá no céu até o Julgamento Final (Atos 3:2). 

Os tronos em Apocalipse 20:4 representam o reino dos santos, os fiéis que são vitoriosos sobre o Dragão e a Besta (Ap. 12:9-11). Nosso reinado está acontecendo agora, sobre esta Terra (Mt. 19:28; Lucas 18:28-30; 22:29-30; Ef. 2:6), e a extensão do nosso reinado coincide com o progresso do evangelho. À medida que ele cresce, assim o faz também o domínio dos cristãos. Os dois andam juntos, como Jesus declarou em sua Grande Comissão (Mt. 2:18-20): devemos ensinar e discipular as nações, e à medida que elas são discipuladas nos mandamentos da Palavra de Deus, os limites do Reino expandirão. No final, através do evangelismo, o reino dos cristãos se tornará tão extensivo que “a terra se encherá do conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar” (Is. 11:9). As bênçãos Edênicas abundarão por todo o mundo à medida que a lei de Deus for crescentemente obedecida (Lv. 26:3-13; Dt. 28:1-14). Que tremendo motivo para o evangelismo mundial! De fato, essa visão da conversão mundial tem sido a inspiração básica para a atividade missionária por toda a história da Igreja, particularmente desde a Reforma Protestante (para documentação para isso, veja o excelente livro de Iain Murray, The Puritan Hope: Revival and the Interpretation of Prophecy). 


Fonte: Paradise Restored, David Chilton, p. 199-200.
Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto

 

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