google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 google.com, pub-7873333098207459, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Escatologia Reformada : Os 144 Mil Selados

domingo, 20 de setembro de 2020

Os 144 Mil Selados


 

Como a ira do Cordeiro contra os judeus registrada em Apocalipse, testemunhamos uma pausa surpreendente no drama terrível. Quatro anjos estão retendo o vento “da terra”, quer dizer, de Israel (7.1-3). Esse ato é uma imagem simbólica, que relata o que Robert Thomas chama (em outro lugar) de “apocalíptico pitoresco”.1 Os anjos não estão literalmente segurando os ventos, mas os ventos de destruição (v. Jr. 49.36,37; 51.1,2). Os primeiros seis selos representam a fase inicial da guerra dos judeus, em que Vespasiano lutou a seu modo pela Galiléia em direção a Jerusalém. Mas antes de ele ter uma oportunidade para sitiar Jerusalém, a ação é interrompida enquanto esses anjos selam os 144.000 das doze tribos de Israel (Ap. 7.3).

O número 144.000, como a maioria dos estudiosos concorda, é certamente simbólico. Na realidade, em Apocalipse todos os milhares perfeitamente arredondados parecem ser simbólicos. Dez é o número quantitativo de perfeição, e mil o cubo de dez. Com freqüência as Escrituras usam o número 1.000 como valor simbólico, e não expressa uma enumeração literal (e.g., Êx. 20.6; Dt. 1.11; 7.9; 32.30; Js. 23.10; Jó 9.3; Sl. 50.10; 84.10; 90.4; 105.8; Ec. 7.28; Is. 7.23; 30.17; 60.22; 2Pe. 3.8). Além disso, nesse livro altamente simbólico, deveríamos notar que exatamente 12.000 pessoas vêm de cada uma das doze tribos. Mas o que simboliza o número? E quem são essas pessoas? Qual é o significado desse episódio?

Para avaliar essas perguntas corretamente, temos de lembrar os seguintes fatos: 1) Os acontecimentos estão ocorrendo no século I, conforme João tão claramente afirma (1.1,3; 22.6,10); 2) Os julgamentos estão caindo sobre Israel e se direcionando para Jerusalém (v. discussão anterior em 1.7 e caps. 5 e 6); 3) O cristianismo apostólico tendeu a se focalizar em Jerusalém (v. At. 1.4,8; 18.21; 20.16; 24.11);2 4) João considera os judeus não-cristãos como os que “se dizem judeus mas não são”, pois são membros da “sinagoga de Satanás” (Ap. 2.9; 3.9; v. Jo. 8.31-47). 

Por conseguinte, esses “servos de Deus” das “doze tribos de Israel” (7.4-8) são a raça de judeus que aceitam o Cordeiro de Deus para a salvação aparecem posteriormente com ele no Monte Sião, 14.1-5).3 Quando comparamos seu número especificamente definido (144.000) com “a grande multidão que ninguém podia contar” (7.9), esse número é relativamente pequeno. Mas eles representam um número perfeito, especialmente amado por Deus e que pertencem a ele (são verdadeiros judeus, o remanescente, v. Rm. 2.28,29; 9.6,27; 11.5). Assim, o Senhor coloca seu selo (espiritual) neles (Ap. 7.3; v. 2Co. 1.22; Ef. 1.13; 4.30; 2Tm. 2.19). De certo modo, o selar deles é a resposta à pergunta: “Quem poderá suportar?” (Ap. 6.17). A resposta: Somente aqueles que Deus protege – precisamente como o pano de fundo do AT (Ez. 9.4-9). 

Em outras palavras, antes que a guerra dos judeus alcance e subjugue Jerusalém, Deus, providencialmente, proporciona rápida cessação de hostilidades, permitindo aos judeus cristãos na Judéia escapar (como Jesus deseja em Mt. 24.16-22). Isso aconteceu quando o imperador Nero se matou (68 d.C.), fazendo os generais romanos Vespasiano e Tito cessar as operações e bater em retirada por um ano devido ao tumulto em Roma.4 Sabemos mediante os pais da igreja Eusébio e Epifânio que os cristãos fugiram para Pella antes da guerra subjugar Jerusalém (Eusébio, História eclesiástica 3.5.3; Epifânio, Heresies 29.7). 


Fonte: Apocalipse, C. Marvin Pate (organizador), Editora Vida, p. 58-60.

 

 

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